Num comunicado enviado às redações, a direção do CDS-PP de Viseu reafirma o seu desagrado com a instalação de uma cobertura fotovoltaica no Mercado 2 de Maio, afirmando mesmo que Almeida Henriques se prepara para “torrar 4,3 milhões de euros” numa obra que “não resolverá o problema de fundo daquela infraestrutura”.
De acordo com os centristas, “a Câmara Municipal de Viseu anunciou a obra de renovação do Mercado 2 de Maio, inserida no âmbito do PDU.
A Praça 2 de Maio é um dos locais mais emblemáticos da cidade de Viseu, tendo sido até ao final da década de noventa do século passado, o seu principal mercado abastecedor de frescos.
A obra de renovação da Praça 2 de Maio foi adjudicada pelo Executivo, liderado à época pelo então presidente Fernando Ruas, ao arquiteto Siza Vieira.
A obra do mais prestigiado e galardoado arquiteto português da atualidade nunca mereceu a aprovação unânime dos viseenses, constituindo-se antes como uma autêntica desilusão devido à fraca funcionalidade da mesma.
A Praça 2 de Maio, que devia ser uma das principais salas de visita do Centro Histórico, passou e ser um corpo estranho ao qual os viseenses nunca se conseguiram verdadeiramente adaptar.
Em vez de atrair pessoas ao Centro Histórico, a renovada Praça passou a repeli-las.
Como principal consequência todo o comércio que gravitava em torno da Praça ressentiu-se fortemente, assistindo-se ao início de uma época de declínio.
Almeida Henriques e o atual executivo estão convencidos de que instalar uma cobertura de painéis fotovoltaicos ajudará a Praça a tornar-se num espaço mais acolhedor. Termicamente, sim. Mas será apenas isso! O que é muito pouco.
A emenda parece-nos pior do que o soneto, e transformará a Praça num lugar ainda mais descaracterizado.
Uma Praça deve ser suficiente bela, atraente e funcional para que sirva o seu principal propósito: tornar-se um espaço público onde o encontro e o reencontro se tornem assíduos.
Para que tal aconteça é fundamental a coexistência de um espaço comercial e de conteúdos artísticos capazes de funcionarem como íman.
O CDS estranha ainda que o atual executivo tenha ignorado por completo os resultados do concurso de ideias que promoveu para a renovação do Mercado 2 de Maio. Afinal, pediu-se a participação dos viseenses para quê? Gastou-se dinheiro para quê? Para nada, claro está!
A atual proposta do Almeida Henriques visa instalar em cima do Mercado 2 de Maio uma central fotovoltaica, que em nada se enquadra no traçado arquitetónico antigo do Centro Histórico.
Se esta proposta avançar será igualmente o fim da candidatura do Centro Histórico a património mundial da UNESCO. Almeida Henriques e o seu executivo atiram definitivamente para as calendas aquela que foi a principal promessa de campanha do seu primeiro mandato.
Com o objetivo de não perder os fundos europeus, Almeida Henriques prepara-se para torrar 4,3 milhões de euros que não resolverão o problema de fundo daquela infraestrutura. Ao mesmo tempo destruirá uma das piores obras do maior e mais prestigiado arquiteto português da atualidade”.