O arranque faz-se às 16h00m com o concerto de Jorge Queijo Trio no Carmo’81. Este novo projeto do multi-instrumentista Jorge Queijo introduz nas suas performances ao vivo a tensão do rock, do punk, do free jazz e do minimalismo. Em palco juntam-se a Jorge Queijo: João Mortágua (saxofone alto) e Olivia Pinto (baixo elétrico). A partir de encontros musicais variados, Jorge Queijo desenvolveu um gosto particular por composições contemporâneas, colhendo influências de rock, thrash metal, jazz, free jazz, improvisação, minimalismo, gamelão e formas de música deep drone.
A ideia do Jazz ao Domicílio vem de edições anteriores e tem algo de saudavelmente subversivo: levar concertos às pessoas que estão impedidas de vir até eles. Hospitais, prisões, lares recebem concertos e desta forma alarga-se o acesso de todos à cultura. É no Estabelecimento Prisional de Viseu, no Hospital Psiquiátrico de Viseu e no Estabelecimento Dr. Vítor Fontes (APPACDM) que nos dias 10 e 11 de Julho acontece o Jazz ao Domicílio com o Colectivo Gira Sol Azul e Jorge Novo (Senhor Jorge), beirão de origem e fadista por paixão, prova que a expressão artística não é monopólio de especialistas e de profissionais, mas sim a necessidade de comunicarmos através dos sentidos.
Até dia 12 de Julho decorrem as inscrições para o 16.º Workshop de Jazz de Viseu que devem ser feitas em quejazzeeste.com e tem um custo de 50€ (vagas limitadas). Partindo do princípio que a improvisação é uma prática diária ligada ao nosso quotidiano, este workshop centra-se na criação de ferramentas musicais que estimulam o pensamento abstrato, criativo, coletivo e transformativo. Pretende criar um lugar de escuta, tempo e atenção para estudar a nossa imaginação. Estamos convictos de que em cada imaginação habitam peças musicais impressionantes, necessárias, inovadoras, incríveis e surpreendentes. A imaginação é um músculo que se treina. Neste workshop, orientado por Marcos Cavaleiro e João Grilo, criaremos um mapa de ferramentas, métodos e experiências para a criação musical, assente na prática da improvisação. Pensaremos sobre como se desenvolve uma linguagem musical, sobre o papel da espontaneidade, do erro, da técnica, do imprevisto e da fascinação sonora. Irá decorrer de 19 a 21 de julho, das 10h00m às 13h00m e das 14h30m às 17h30m, no Carmo’81 e a sua apresentação ao vivo é dia 21 de julho às 17h00 no Carmo’81.
Dia 13 de Julho às 21h00m haverá o concerto de Pedro Molina Quartet em parceria com o Prémio CIJ_Universidade de Aveiro 2023 na Pousada de Viseu. Pedro Molina apresenta o álbum À Procura. Do imaginário do contrabaixista espanhol Pedro Molina surge este projeto em parceria com jovens músicos da sua geração, distinguido em 2023 com o prémio para “Melhor Ensemble” no 3º Concurso Internacional de Jazz da Universidade de Aveiro. À Procura é a estreia dos seus registos discográficos enquanto líder e debruça-se sobre a observação do seu próprio mundo, de quem o rodeia e das emoções que pontuam um percurso de adaptação a uma nova cidade, à cultura, ao clima e às novas vivências que proporciona. A busca – e tudo aquilo que se descobre entretanto – serão os pontos de partida para a narrativa que poderemos escutar neste concerto.
Nesse mesmo dia, às 22h30m, numa parceria inédita com o ACERT, o Que Jazz É Este? leva ao Tom de Festa em Tondela para um concerto do Colectivo Gira Sol Azul & Lura. Esta apresentação ao vivo repete dia 19 de Julho às 21h30m no Parque Aquilino Ribeiro. Composto por músicos da Gira Sol Azul, o colectivo com o mesmo nome integra músicos que residem na região de Viseu e comporta já 3 gerações de músicos que se apresentam desde 2007 nos mais diversos contextos e como suporte de vários projetos assinados pela associação. No âmbito do Que Jazz É Este?, este colectivo junta-se a um convidado especial partilhando assim o palco e repartindo com o público a energia musical advinda da experiência privilegiada que vivem. Este ano é convidada do Colectivo, Lura, voz incontornável da lusofonia que conquistou o mundo com o gigante sucesso de “Nariná” e com colaborações de peso com Cesária Évora, Bonga ou Angelique Kidjo, somando já mais de 25 anos de carreira. No ano passado, Lura deu início a um novo capítulo na sua história, com o álbum Multicolor, uma ode à diversidade e multiculturalidade, unindo Portugal e Cabo Verde através da sua voz e energia contagiantes.
Este ano tem assim uma programação dilatada no tempo, ao contrário dos anos anteriores: entre junho e julho, o festival integra 17 concertos para público em geral, 3 concertos ao domicílio, 3 jam sessions, 8 horas de rádio ao vivo, 18 horas de um intenso workshop de jazz para músicos e estudantes de música e 15 horas de uma oficina de experimentação sonora e musical aberta à participação da comunidade em geral.
Toda a restante Programação pode ser consultada em https://quejazzeeste.com/
Desenhado pela Gira Sol Azul, o Que Jazz É Este? é um festival eclético e diversificado que ocupa preferencialmente o espaço público e que se posiciona num lugar de procura do equilíbrio entre a novidade e o alimentar e aprofundar laços que ao longo de 12 anos têm sido estabelecidos com vários públicos.
A 12ª edição do festival Que Jazz É Este? é financiada pela Direção Geral das Artes e pelo programa Eixo Cultura do Município de Viseu e conta com vários importantes parceiros e mecenas locais e nacionais que têm contribuído para a afirmação do festival como um projeto de relevo e prestígio na região centro. De modo a incentivar a equidade no acesso ao festival, e por forma a consciencializar os públicos de que a fruição cultural deverá ser acessível mas não forçosamente gratuita, as atividades que integram o festival são de entrada livre, mas a organização apela a um pagamento não obrigatório, através de um ‘donativo consciente’.
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(foto Luís Belo)