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5 milhões de euros para desenvolver soluções tecnológicas inovadoras para apoiar envelhecimento da população

No âmbito do projeto “ACTIVAS - Ambientes Construídos para uma Vida Ativa, Segura e Saudável”, liderado pela empresa KENTRA technologies, Lda, a equipa do DEEC/ISR desenvolveu um conjunto de capacidades de interação inteligente para robôs (móveis) sociais e um conjunto de jogos sérios guiados por agentes artificias (avatares), que visando essencialmente a promoção da prática de exercício físico, se destinam não só a idosos, mas também a crianças, em particular com perturbações do espectro do autismo.

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    • 17:34 | Quarta-feira, 02 de Agosto de 2023
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    A Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu, no âmbito de um projeto multidisciplinar, uma série de soluções tecnológicas inovadoras que contribuem para um envelhecimento da população mais ativo, seguro e saudável.

    Paulo Menezes, professor do Departamento de Engenharia Eletrotécnica (DEEC) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC (FCTUC) e investigador sénior no Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), é o responsável pelo projeto na UC, financiado na globalidade com 5 milhões de euros.

    No âmbito do projeto “ACTIVAS – Ambientes Construídos para uma Vida Ativa, Segura e Saudável”, liderado pela empresa KENTRA technologies, Lda, a equipa do DEEC/ISR desenvolveu um conjunto de capacidades de interação inteligente para robôs (móveis) sociais e um conjunto de jogos sérios guiados por agentes artificias (avatares), que visando essencialmente a promoção da prática de exercício físico, se destinam não só a idosos, mas também a crianças, em particular com perturbações do espectro do autismo.


    «Um dos trabalhos que desenvolvemos teve como objetivo perceber até que ponto é que conseguimos estimular a atenção e o foco através do movimento. Assim, criámos uma experiência sensorial, com sons e imagens, na qual se procurou atrair a atenção da pessoa para certas coisas que estavam a aparecer no ecrã e espontaneamente associar-lhe sons», revela Paulo Menezes, explicando que este setup interativo é composto por uma câmara com um sensor incorporado que permite explorar a captura do movimento, analisar a pessoa e a sua postura, para com isso reproduzir diversos sons, que a pessoa escolhe através dos movimentos. Além de suportar uma exploração criativa, este sistema permite ainda, caso seja desejado, a análise posterior das associações estabelecidas.

     

    Outra das ferramentas concebidas, também para idosos, consistiu em integrar, de uma forma ecológica, num sistema interativo dois tipos de testes (Rickly & Jones e SARC-F), destinados a avaliar a presença de sarcopenia, isto é, a perda de massa muscular, um problema muito prevalente no envelhecimento, que pode ser prevenido com a prática de exercício físico. «Este teste mostra o nível de funcionalidade da pessoa, e consoante esse nível deverá fazer os exercícios de um dos conjuntos que desenvolvemos», indica o docente, acrescentando que é possível perceber, através de um mecanismo de avaliação, se os exercícios estão a ser bem executados, ou corrigi-los caso não estejam, mediante as indicações fornecidas durante o jogo.

    Por fim, no âmbito deste projeto, foram criadas novas funcionalidade para um robô móvel desenvolvido em projetos anteriores. Esta ferramenta «é muito interessante num contexto do envelhecimento. Atualmente, temos a questão de não haver lares para todos, e ainda, o facto de muitas pessoas preferirem ficar nas suas casas. Porém, pode levantar-se a questão da segurança, porque um dos principais receios da maior parte dos idosos é acontecer alguma coisa enquanto estão sozinhos e ninguém se aperceber. É aqui que entra o robô», afirma o investigador, esclarecendo que o objetivo é que esta ferramenta emita alertas sempre que surjam sinais de perigo em casa, como uma queda ou uma fuga de gás, por exemplo.

    No entanto, apesar dos pontos positivos de ter um robô, o docente não deixou de referir a dificuldade de aceitação na presença desta ferramenta em casa e do papel que deve desempenhar a nível social. «Nós temos vindo a fazer a adaptação dos comportamentos do robô às emoções da pessoa em tempo real, dentro daquilo que é possível inferir a partir das suas expressões faciais ou do tom de voz, usando redes neuronais profundas. Por exemplo, se a pessoa estiver mais triste, eventualmente, o robô vai-se deslocar mais devagar, mas se estiver mais alegre o robô pode ser mais efusivo. Isto é muito importante pois contribui para a aceitação. Nos testes realizados concluímos que com a adaptação do comportamento dos robôs as pessoas tendem a sentir mais empatia», evidencia.

    Perante os resultados obtidos, de modo geral, os investigadores do DEEC consideram que este projeto «permitirá o desenvolvimento de um conjunto de serviços e mesmo a criação de oportunidades de negócio para diversas entidades prestarem serviços de assistência», conclui.

     

     

     

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