1 de Setembro de 2023 – Reduzir o risco de desenvolver demência

Podemos retardar ou evitar até 55 milhões de casos de demência previstos para 2050. Até 140.602 casos de demência, previstos para 2050, poderão retardar-se ou evitar-se em Portugal.

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  • 17:33 | Sexta-feira, 01 de Setembro de 2023
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Apesar dos avanços no desenvolvimento de fármacos, o Centro de Apoio a Pessoas com Alzheimer e outras Demências e a Alzheimer’s Disease International (ADI) alertam que a redução do risco continua a ser a única ferramenta de prevenção comprovada.

O Centro de Apoio a Pessoas com Alzheimer e outras Demências e a ADI apelam aos governos para que financiem urgentemente mais investigação sobre a redução dos riscos, introduzam estratégias, educação e serviços de apoio, para retardar ou prevenir até 55 milhões dos 139 milhões de casos de demência previstos em todo o mundo para 2050, o que equivale a 140.602 em Portugal.

A maioria dos governos já assinaram o compromisso com a Organização Mundial da Saúde para priorizar a redução do risco de demência, todavia, a evidência sugere que a maioria, até hoje, olvidou ou ignorou este compromisso.


Para 2050, prevê-se que 351.504 pessoas viverão com demência em Portugal. O Centro de Apoio a Pessoas com Alzheimer e outras Demências e a Alzheimer’s Disease International (ADI) afirmam que até 140.602, cerca de 40% dos casos de demência previstos poderiam retardar-se ou, inclusivamente, evitar-se se forem considerados os 12 fatores de risco1.

O Centro de Apoio a Pessoas com Alzheimer e outras Demências (Portugal), membro da ADI, a federação de associações nacionais de Alzheimer e demência apelam aos governos de todo o mundo para que financiem urgentemente a investigação, educação e serviços de apoio para a redução do risco de demência e para que os governos façam da redução do risco um elemento central dos Planos Nacionais de Demência.

José Carreira, Presidente das Obras SociaIs Viseu / Centro de Apoio a Pessoas com Alzheimer e outras Demências, considera “Fundamental dar a conhecer à comunidade os 12 fatores de risco, como estratégia de prevenção que poderá contribuir para a redução do número crescente de pessoas que vivem com demência no nosso país.”

O Centro de Apoio a Pessoas com Alzheimer e outras Demências considera que abordar os fatores de risco da demência para as pessoas, tanto antes como depois do diagnóstico, poderia reduzir ou retardar os 351.504 casos de demência previstos para 2050 de uma forma acessível e exequível para as pessoas de todo o mundo.

Existem inúmeros fatores de risco de demência, muitos dos quais podem controlar-se pessoalmente. Entre eles encontram-se o tabagismo, o consumo excessivo de álcool, a inatividade física, o contacto social pouco frequente, os traumatismos cranioencefálico e doenças como a diabetes, a perda de audição, a depressão, a obesidade e a hipertensão.  

Os restantes fatores de risco incluem a poluição atmosférica e o acesso restrito à educação, da responsabilidade dos governos.

Além disso, os governos são responsáveis por proporcionar outros serviços que podem ajudar a melhorar a vida de quem vive com demência, como o acesso acessível a cuidados de saúde, a cuidados de longa duração, e aos serviços de saúde mental.

Muitos governos já acordaram priorizar a redução do risco de demência e o apoio a quem vive com demência e aos seus cuidadores através do seu compromisso com o Plano de Ação Mundial da OMS sobre a resposta de saúde pública à demência. Contudo, a evidência sugere que muitos esqueceram ou ignoraram este compromisso. “Apelamos aos governos de todo o mundo para que invistam tanto na investigação como nos serviços de apoio, para reduzir o risco de demência e para investirem em campanhas de sensibilização para a redução do risco; campanhas claras e persuasivas que eliminem o ruído e a confusão de muitas das mensagens de saúde”, disse Barbarino, CEO da Alzheimer’s Disease International.

Trata-se de um passo fundamental, face à falta de tratamento ou cura, para prevenir o maior número possível de casos. Devemos assegurar-nos de que as populações conhecem as estratégias de redução do risco de demência, em todas as idades, e tenham acesso à informação, acompanhamento e os serviços de apoio necessários.

Avanços no desenvolvimento de fármacos para a demência: porque não podemos esperar.

Este ano foram dados passos importantes relativamente a terapias farmacológicas para a demência que trouxeram esperança a muitas pessoas que vivem com demência e aos seus cuidadores. Todavia, estes tratamentos podem não ser adequados ou não estar disponíveis para todas as pessoas com demência.

José Carreira considera “de extrema importância a existência e acessibilidade a novos tratamentos, mas é fundamental apostar na redução dos fatores de risco, uma ferramenta muito importante para os Governos.”

Só 40 governos de todo o mundo desenvolveram e implementaram, até agora, planos nacionais contra a demência, e ainda são menos os que incluem estratégias de redução de riscos. Como resultado, os governos estão a desaproveitar uma ferramenta vital para retardar ou prevenir futuros casos.
 Suportar a carga em solidão – A necessidade de um investimento governamental urgente

Ainda que os indivíduos possam introduzir mudanças no estilo de vida para reduzir o risco de desenvolver demência ou retardar o seu avanço, os governos têm claramente um papel a desempenhar na redução do risco social.

José Carreira afirma: “É fundamental que o Governo português se implique, urgentemente, na resposta ao aumento dos casos de demência em Portugal. É premente a introdução de estratégias claras de redução de riscos como elementos centrais do futuro e imperativo Plano Nacional para as Demências e integrá-las noutras estratégias, em curso, como o combate ao tabagismo ou outras a criar como a que propus, com o médico e geriatra Alexandre Kalache: Estratégia nacional de Prevenção e Combate à Solidão (2022)”.

As pessoas diagnosticadas com demência dizem-nos frequentemente que não tinham conhecimento dos fatores de risco modificáveis e que gostariam de ter sabido como reduzir o seu risco muito mais cedo. Muitas vezes, só depois do diagnóstico é que se apercebem de como a prevenção da demência pode ser útil, tanto na prevenção como no retardamento do início e no potencial abrandamento da progressão da doença.” afirma Barbarino.

 

Densificando a Visão das Obras Sociais Viseu, ser um parceiro na intervenção social e comunitária, no Mês Mundial de Alzheimer, serão desenvolvidas iniciativas com parceiros internacionais e nacionais: Município de Viseu, Instituto Politécnico de Viseu, Alzheimer Disease’s International, Alzheimer Portugal, Instituto de Centro de Ação Social das Forças Armadas de Viseu; Comando Territorial de Viseu da Guarda Nacional Republicana, Centro Social de Vale do Homem, unidade de Cuidados na Comunidade Viseense, Associação Stop Idadismo.

PORQUE FALAR DE ALZHEIMER É FALAR DE PESSOAS, lançamos o convite a que se junte a nós, nas diversas atividades e contribua para um mundo onde ser-se PESSOA será sempre mais importante que qualquer condição.

 

Centro de Apoio a Pessoas Com Alzheimer e outras Demências  (CAPAD)

O CAPAD é uma resposta social das Obras Sociais de Viseu (IPSS) cujos serviços visam dar resposta psicossocial às pessoas com demência e aos cuidadores, formais e informais, bem como trilhar um caminho na sensibilização de toda a comunidade para esta temática, cada vez mais pertinente pela urgência de que se reveste face ao número crescente de casos. A nossa intervenção centra-se na área das terapias não farmacológicas em demências, declínio cognitivo ou outros problemas neurológicos, na promoção de um envelhecimento mais salutar e na formação especializada para cuidadores e técnicos. Especializamo-nos, enquanto entidade formadora certificada, na formação especializada no cuidado, junto de técnicos e cuidadores informais, tendo por base a partilha de conhecimentos e saberes (fazer, agir e ser). Para mais informação, visite: https://capad.pt/

Alzheimer’s Disease International (ADI)

ADI é a federação internacional de 105 associações e federações de Alzheimer de todo o mundo, com relações oficiais com a Organização Mundial da Saúde. A visão da ADI é a prevenção, o cuidado e a inclusão hoje e a cura amanhã. A ADI acredita que a chave para vencer a luta contra a demência reside numa combinação única de soluções globais e conhecimento local. A ADI trabalha localmente, capacitando as associações de Alzheimer para promover e fornecer cuidados e apoio às pessoas com demência e aos seus cuidadores, enquanto trabalha globalmente para concentrar a atenção na demência e fazer campanhas para a mudança de políticas www.alz.co.uk

Descrição do Mês Mundial de Alzheimer:

Setembro é o Mês Mundial da doença de Alzheimer, uma campanha internacional para aumentar a consciencialização sobre a demência e combater o estigma. Todos os anos, as associações de Alzheimer e outras demências, juntamente com todos os envolvidos no tratamento, cuidado e apoio às pessoas com demência, de todo o mundo, unem-se para organizar eventos promocionais e informativos, bem como Caminhadas da Memória e dias de angariação de fundos. 21 de setembro é o Dia Mundial do Alzheimer.

MISSÃO

Contribuir para a longevidade feliz das pessoas, ao longo do seu percurso de vida, promovendo, na comunidade em que nos inserirmos, a saúde, a segurança, a participação e a aprendizagem, potenciando a autonomia, a não discriminação e a inclusão.

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