Os números iam tão bem que a qualquer um mete dó ver o baralho de cartas esbardalhar-se e o discurso do mérito a ficar vazio.
Estavam as comadres alapadas na cumplicidade do suposto sucesso quando Medina, lépido, resolveu desbroncar-se no seu habitual comentário televisivo e mimar os seus alvos, com ameaças e remoques.
Com o número crescente de infectados, na Área Metropolitana de Lisboa, a que o mesmo também preside, o edil atirou-se como gato a bofes às autoridades de saúde. No praguejo, Fernando foi a voz emprestada do chefe, fez de pombo correio do secretário-geral. Costa não esquecerá o zeloso préstimo. Foi curto e grosso, verbalizando o que muitos vêm pensando, mas guardando para si. À proa do navio que vê afundar-se, Medina não se conteve e empertigou-se. Semeou veneno por terreno baldio, “Vamos buscar reforços ao exército ou a qualquer sítio e já nos próximos dias”. Com as eleições autárquicas, ao virar da esquina, não foi de modas, largando acusações “Alguém andou a enganar alguém”, temos “Más chefias e pouco exército”, “Há que colocar as pessoas certas nos sítios certos”. Mortífero, avisou que “Com maus chefes não se pode ganhar uma guerra”. Apanhado por um traiçoeiro lapso de memória, Medina esqueceu-se da foto do anúncio da “Champions”, que o identificava, pimpão e vaidoso, perto dos maus chefes, que agora crucifica. Tão íntimos e próximos.
Digamos que para estes candidatos minorcas, nada como separar já as águas e começar a contar as espingardas. Descansemos, porém, sobre as palavras do PM, que prometeu não substituir generais, em tempo de guerra. Mesmo desacreditando que palavra dada é palavra honrada.
Entretanto, lá se foi o milagre português. É o que faz deitar foguetes antes da festa. Isto não se faz a ninguém.