Dezoito de Fevereiro de dois mil e treze. O título da notícia e a data ficaram na memória: “Mulher imola-se pelo fogo num banco de Valência, Espanha, onde tentara renegociar a dívida.”
Estávamos a 18 de Fevereiro de 2013, em plena crise monetária, com as pessoas a tentarem sobreviver face à pressão exercida para pagar a “dívida soberana” causada por atitudes de facilitismo das entidades bancárias e reguladoras do mercado, que induziram os cidadãos num endividamento sem controlo.
Não retive o nome da mulher que se imolou em plena instituição bancária, nem o nome desta, pouco importa, para apenas lembrar o que se passou oito anos atrás e que levou ao desespero uma mulher, mãe, para chamar a atenção da opinião pública sobre a sua situação e dos filhos.
Todos sabemos que os títulos podem ser enganadores, mas não é este o caso, se peca é por defeito e não por excesso.
Os números publicados hoje não enganam, uma esmagadora maioria de portugueses (superior a 80%) tem a percepção de que medidas como a abertura das escolas devem ser adiadas mais 15 dias.
Em suma, os cidadãos, apesar da saturação com as regras do confinamento geral, não querem alinhar no populismo fútil e correr o risco de regredir, porque sabem que “para trás, mija a burra”…