Faltar a um debate público, num dos principais palcos nacionais, não é uma atitude aceitável, sobretudo se não houver um motivo justificativo que seja suficientemente sólido.
Faltar a um debate público demonstra, acima de tudo, falta de cultura democrática e um enorme desrespeito para com os viseenses e os seus adversários políticos. Manifesta ainda uma enorme dificuldade em conviver com opiniões alheias, sobretudo quando estas são críticas e alicerçadas em factos.
Esta falta ao debate público na RTP do candidato Fernando Ruas pode ser interpretada ainda como um sinal de que este não se sente cómodo para fazer a defesa do legado de Almeida Henriques, sobretudo se considerarmos que, nos últimos oito anos, foi a principal voz crítica no interior dos sociais democratas viseenses, sobretudo quando o assunto eram contas ou opções políticas na forma de administrar o território.
Volvidos oito anos que deixou a autarquia viseense, Fernando Ruas tem de estar diferente, fruto da experiência de vida e dos cargos que desempenhou, mas o mundo também mudou e hoje, quer se queira, quer não, há um maior e mais célere escrutínio dos atos políticos e dos seus protagonistas.
Mas o que importa verdadeiramente, nestas eleições, é sufragar o futuro e os seus intervenientes, e ao faltar ao debate público, Fernando Ruas, que é atualmente deputado eleito à Assembleia da República, – a casa da democracia portuguesa -, revelou uma total falta de respeito pelas principais conquistas do sistema democrático, que são a liberdade e o debate de ideias.