Sendo certo que nenhum de nós, condutores ou passageiros, dúvida da importância da manutenção do nosso veículo, seja ela preventiva ou correctiva, também aos cidadãos importa que o seu espaço social, seja ele urbano ou rural, seja alvo de constantes cuidados de manutenção para que infraestruturas, equipamentos e toda a envolvente estejam ao seu dispor em perfeitas condições de utilização, segurança e com garantia de qualidade e bem estar. Como no jardim de nossas casas, aqueles que o possuem, a cidade e o concelho precisam de atenção e carinho. E a manutenção é uma actividade cara mas mais oneroso em todos os aspectos é não a realizar.
Desde o corte, plantação de novas árvores ou poda regular, programada ou até a pedido dos munícipes, à limpeza de vias e áreas públicas capinando ou desbastando as espécies vegetais, ao tapa buracos, isto é, à recomposição do asfalto danificado de ruas e avenidas, à repintura das sinalizações horizontais, à limpeza de bueiros e esgotos de saneamento, ao controlo de pragas, à substituição de iluminação avariada, à limpeza das lixeiras, etc. há um sem número de tarefas a cumprir na vida das comunidades que não permitem desleixo ou amadorismo. E na cidade em particular já se vai notando o desleixo e mais ainda se tomarmos como referência os tempos em que Ruas era o senhor dos jardins e continuador da obra de Carilho.
Senão vejamos, no Fontelo tudo mais do mesmo e sem solução à vista. O pulmão da cidade está cancerígeno e ninguém se preocupa com isso. Descemos o Pavia e o panorama não melhora, antes pelo contrário, tresanda a abandono e desinteresse. Uma mancha de água da cidade que não tendo mar podia virar-se para o rio para o fruir e vira-lhe as costas. Apanhe-se agora o MUV, ou pensando melhor, continuemos a pé porque não há tempo para esperar por algo que não foi pensado com a cabeça, e reparem quantas vias da cidade já precisam de alcatrão ou tinta! Havendo tinta para borrar paredes no que alguns chamam de arte não há uns litros a mais para pintar os necessitados bairros sociais ou os muros da escola primária? E o minúsculo lago do parque Aquilino Ribeiro não pode ser limpo com outra regularidade? E o Skate Park alvo da falta de civismo de uns quaisquer aventesmas pode ser usado com vidros e outros materiais por ali espalhados? E a falta de água em Rio de Loba só agora justificou a substituição da tubagem? E na Ponte do meio em Farminhão o esgoto precisa de correr diretamente para o rio? São tantas as perguntas que é melhor ficarmos por aqui a olhar a Sé desviando o olhar da grua ali colocada há tanto tempo que já nem o dono se deve lembrar dela.
Gerir hoje nas condições do País e do poder local mais que prometer sonhos é manter a realidade em condições de assegurar o futuro. De forma geral, e pese as diversas opiniões neste campo, mas a cidade e o concelho têm quase tudo o necessário e suficiente para que os viseenses possam fruir de uma vida saudável, segura e rotineira. Manter o que estava ajardinado e limpo a favor de todos devia ser um razoável compromisso político!
Se andarmos com olhos de ver e tivermos gosto na cidade apercebemo-nos com facilidade que está a ficar aqui e ali com tons cinzentos, que pese toda a boa vontade e esforço dos funcionários camarários nota-se que o deixa andar imposto pelas lideranças e a vontade de regar os canteiros floridos já é como a água da barragem de Fagilde, pouca e de baixa qualidade! Na vida como na política e bem assim no MUV uns são condutores e outros são passageiros e sem manutenção não há carro que se mantenha em condições. Esperemos que estes que agora mandam na Praça sejam passageiros porque para condutores não servem!