Viseu e as mulheres na política autárquica

Por exemplo, na candidatura do PSD às 25 juntas encontramos uma única mulher, por Mundão. Também não nos admiramos, pois Fernando Ruas, o cabeça de lista à Câmara Municipal de Viseu, sob o signo da “Confiança”, vem de um já longínquo tempo em que as mulheres se cingiam a ser as “fadas do lar”. Talvez ainda não tenha percebido que além de o serem, são muito mais do que isso e jogam no mesmo tabuleiro que os homens, com idênticas ou superiores competências na maioria dos casos.

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  • 11:40 | Terça-feira, 29 de Junho de 2021
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Muito se fala na igualdade de género, mas, na prática, em alguns sectores, há ainda um longo caminho a percorrer.

Na política local, basta olharmos os candidatos que encabeçam as listas às Juntas de Freguesia para termos disso a noção.

Por exemplo, na candidatura do PSD às 25 juntas encontramos uma única mulher, por Mundão. Também não nos admiramos, pois Fernando Ruas, o cabeça de lista à Câmara Municipal de Viseu, sob o signo da “Confiança”, vem de um já longínquo tempo em que as mulheres se cingiam a ser as “fadas do lar”. Talvez ainda não tenha percebido que além de o serem, são muito mais do que isso e jogam no mesmo tabuleiro que os homens, com idênticas ou superiores competências na maioria dos casos.


 

 

Já a candidatura de João Azevedo, “Unir Viseu”, apresenta 5 mulheres à frente das listas por Viseu, Ranhados, Coutos, Repeses S. Salvador e Campo. Ou seja, 1/5 das listas contra 1/25 das listas do PSD, o que já é razoavelmente significativo, perspectivando uma incipiente mudança de paradigma neste âmbito. Ainda mais se percebermos que na maior Junta, a de Viseu, o PSD continua a apresentar Diamantino Santos, enquanto o PS aposta em Isabel Júlio.

Ainda assim, presentificando duas mulheres, para a Câmara e para a AM, o BE vai à cabeça, com Manuela Antunes e Carolina Gomes, respectivamente.

Na CDU, Filomena Pires é a candidata à AM de Viseu, uma mulher de inquestionáveis provas dadas, que é bem a imagem e o exemplo da competência interventiva.

Evidentemente que talvez a culpa não seja toda de quem decide e seleciona os candidatos. Talvez ainda haja alguma relutância por parte das mulheres em assumir estes percursos. É pena que os números reflictam ainda esta realidade. Porém, há muita mudança no ar. E hoje, sabemos bem quão temporalmente vertiginosa pode ser a alteração de posturas e de atitudes, neste contexto de assunção primeira da cidadania interventiva.

Convém não esquecermos que em 2017, num universo populacional de 94.329 inscritos, com um número de 47.907 votantes, houve 19.249 abstenções (dados PORDATA). É pena não dilucidarmos a abstenção por género…

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Publicado em Opinião