Lord Acton é o autor da famosa frase: “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”.
Voltando ao que realmente interessa, que é a responsabilidade política no exercício do poder, responsabilidade esta, escrutinada no ato eleitoral. A limitação de mandatos autárquicos foi um grande passo na importância da alternância democrática, mas esta não é suficiente quando numa dada região um determinado partido, naturalmente com protagonistas diferentes, se mantém indefinidamente no poder, podendo tal levar a vícios e atitudes que se permitem ter, por considerarem a vitória como garantida.
Viseu é um caso estranho de caciquismo autárquico. Nunca houve a possibilidade, nos últimos 40 anos, de uma verdadeira alternância de poder, mantendo-se sempre a mesma força política a dirigir os destinos da nossa comunidade, o que, de forma natural, leva a um conjunto de condutas que, mesmo não sendo as mais adequadas, muitas vezes até de elevada prepotência e arrogância, garantem manutenção do poder, criando a ideia, em quem o detém, que tudo podem, porque a vitória é certa.
E se tal não é bom para quem tem o poder, será ainda pior para quem é destinatário do mesmo. Uma alternância, não apenas nos protagonistas, mas também em forças políticas, sejam estas a nível nacional ou a nível local, garante aos cidadãos uma democracia mais plena, um tratamento mais adequado dos seus problemas e sobretudo mais e melhores ideias para bem dos munícipes.