Leio o jornal e vejo que uma percentagem significativa dos alunos do ensino básico estará impedida de aceder ao ensino à distância.
Este impõe-se face à inexistência de aulas presenciais no terceiro período.
É uma situação que deve ser bem levada a sério e ultrapassada em favor dos alunos.
Não posso deixar de pensar que vivemos num país com gente estranha.
Há doze anos tivemos um programa , o e-escolinha, que pretendia dotar todas as crianças do primeiro ciclo com computador. Era um programa inovador, com falhas e com limitações.
As famílias com ligação à internet não eram muitas, a captação de alunos, famílias e, sobretudo, professores deixou tudo a desejar.
A resposta encontrada para ultrapassar a situação foi acabar com o programa em 2011.
Pergunto-me se não estaríamos hoje melhor (com possibilidade de a escola à distância hoje necessária chegar a todos) se tivessem sido corrigidos erros existentes em vez de deitar ao lixo tudo o que estava já conquistado?
Mas não quero deixar de referir mais dois exemplos de perdas de oportunidade que também estão e vãoó a custar caro.
Uma é relativa à construção do novo aeroporto.
Há cinquenta anos que andamos a discutir a sua localização e construção.
Havemos de voltar a fazê-lo até que chegue uma altura em que já devimos poder dispor dele.
Então todos irão criticar o governo da altura por não ter feito a obra.
E esse será o culpado ainda que tenha tomado posse na véspera.
Ah e o desinvestimento na ferrovia, a degradação a que se deixou chegar a opção ferroviária.
Como é possível não termos locomotivas e carruagens para além de termos vias férreas não eletrificadas, degradas e obsoletas?
Como se apostou para além do admissível no betão e no alcatrão?
Mas não estamos no país que, há uma dúzia de anos, travou e impediu a modernização das vias férreas e recusou o TGV?
Não se dizia que Portugal não precisava de uma ligação Lisboa/Espanha via Évora, quanto mais de essa e outra a ligar Lisboa à Galiza?
Como entender e como governar?
Razão teriam os Romanos…