Tópico(s) Artigo
-
Alexandre Borges
O Mamadou Ba é um provocador e quem assim julgar tem o direito de o dizer. No combate que escolheu travar é defensável dizer que talvez tenha de o ser para ser eficaz. Têm igualmente o direito de o acusar de outros epítetos quem assim julgar mas, em Portugal 2021, não deveria haver ninguém que considerasse exequível a sua “deportação” por opinar o que quer que seja.
O Mamadou acha que em Portugal há racistas e tem toda a razão. Na realidade há racistas em todo o mundo e todos nós temos inscrita, uns mais outros menos, alguma aversão ao que é diferente e ao que consideramos ser mais relevante nas diferenças.
Ainda assim, acho curioso ver por aí defendido que não pode haver racismo a não ser que ele seja praticado pelo “Homem branco”, sem que refiram uma qualquer localização geográfica para situar essa condição (Europa, EUA, por exemplo).
Como se o genocídio ocorrido no Ruanda há uns 20 anos tivesse sido levantado por questões filosóficas e não por um tribalismo/racismo de proporções atrozes. Como se, como todos os defeitos e hipocrisias, não fosse o “Homem branco” aquele que foi capaz, com o esforço de muitos para integrar todos, de criar sociedades mais integradoras, respeitadoras de todos e onde seja possível ao Mamadou – e muito bem, dizer o que muito bem entende e dizerem ao Mamadou o que bem considerarem.
O tom de pele não é apenas um detalhe, uma cobertura? Para além disso não somos Todos Diferentes / Todos Iguais? Aparentemente sim mas, afinal, há quem ache que há diferenças substanciais, que nem todos somos capazes de atrocidades racistas.
Em que ficamos, meus caros? Decidam-se por favor a favor da igualdade. Ganhamos todos.
Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Copyright © 2024, Rua Direita . Todos os direitos reservados.