No fim da primeira semana de isolamento forçado devido às circunstâncias excecionais que atravessamos começam a surgir as primeiras vítimas no sector da Educação.
Não estou a falar dos pais e filhos enclausurados ou dos trabalhos de casa, que pelos vistos vão surgindo às golfadas, visto que e parafraseando o Sr. Ministro da Educação tanto os professores como os alunos não estão em férias.
Não estão é um facto, estamos todos num isolamento forçado para salvaguardar um bem maior: a saúde de Todos, mas o Sr. Ministro parece que às vezes se esquece disso.
Claro que é preciso ocupar os filhos, mas este é um tempo que pais e filhos podem aproveitar para fazer coisas diferentes ainda que confinados ao espaço da sua casa.
É preciso uma pitada de criatividade à qual se deve adicionar uma dose de paciência, mas é possível. Felizmente, alguns têm recursos tecnológicos à mão. Podem socorrer-se do YouTube onde existem recursos importantes que são um complemento às atividades curriculares.
Mas, hoje, quero vos falar de um dos elos mais precários da Educação: os professores contratados. Também eles estão em clausura forçada, também eles têm família e contas para pagar no fim do mês.
Estes professores não têm um vínculo precário por opção própria. São necessários à escola, mas esta só precisa deles durante um tempo.
Muitos veem o seu contrato terminado no meio da tempestade que atravessamos e como não há aulas também não há contratações, ou seja, não podem candidatar-se a novo contrato noutra escola que necessite dos seus serviços.
O Sr. Ministro da Educação tem aqui uma boa hipótese de ser um Ministro da Educação e não apenas mais um burocrata.
Os Sindicatos têm aqui uma boa hipótese de encetar uma luta justa: a de pedir a prorrogação do contrato destes docentes até ao final do presente ano letivo, que não se sabe se terminará dentro dos prazos calendarizados.
Saibamos colocar-nos apenas no lugar do outro e lutar para que todos tenham o suficiente para garantir as suas necessidades essenciais nestes tempos difíceis.