A pandemia provocada pelo Covid 19 revelou que muitos alunos que frequentam a escolaridade obrigatória não dispõem de meios tecnológicos para acederem às aulas lecionadas à distância.
A desigualdade no acesso às tecnologias de informação é mais um desafio que se coloca ao futuro da educação em Portugal.
Mas há outros desafios aos quais os professores terão de se adaptar no futuro, refiro-me em concreto à Educação Pré-Escolar que requer muita proximidade na relação criança /educador/a.
O 1.°CEB exige, nomeadamente os dois primeiros anos, um ensino de proximidade, mais necessário ainda quando estamos perante crianças com dificuldades na aprendizagem ou dificuldades na concentração.
Os alunos do ensino secundário serão aqueles que à partida mais facilmente se adaptarão à realidade do ensino à distância.
A Educação Especial vai levar tempo para se enquadrar a estes novos ambientes educativos até porque tal como a Educação Pré-Escolar e o 1.°CEB sempre se desenvolveu numa lógica de proximidade e de personalização do ensino.
Todos teremos de, nos próximos tempos, aprender a viver com esta realidade. Como referia Darwin as espécies mudam ao longo do tempo e sobreviverão aquelas que melhor e mais rapidamente se conseguirem adaptar à nova realidade em que se processará o ensino/aprendizagem destes tempos singulares que estamos a atravessar.
Mas será que seremos capazes de nos organizar para não deixar ninguém para trás?