Sempre ouvi dizer que tempo é dinheiro, encerrando esta afirmação a ideia que quem ocupa o seu tempo a realizar tarefas, estas acabam por mais cedo ou mais tarde trazer rendimento, que eventualmente pode ser traduzido em dinheiro.
Estudos recentes levados a cabo por um grupo de cientistas, cujos resultados foram publicados na revista cientifica Psychological Science mostrou que pensar em dinheiro aumenta a possibilidade das pessoas se comportarem de modo desonesto e fraudulento. Neste estudo, os autores submeteram centenas de voluntários a experiências em que tinham determinadas tarefas como a resolução de enigmas. Estas tarefas foram idealizadas de forma a que os intervenientes fossem induzidos a pensar em tempo, dinheiro ou em nenhum destes conceitos. Os resultados, embora interessantes, não me parecem de todo surpreendentes, senão vejamos: Os participantes que eram levados a pensar em dinheiro, mentiam, saltavam etapas, alteravam resultados, davam mais soluções do que aquelas que existiam. O grupo dos que pensavam no tempo, apresentavam soluções mais acertadas, em menor número e mentiam menos. O grupo a quem tinham sido propostas as tarefas neutras situaram-se entre os dois extremos.
Depois deste estudo e de algumas reflexões entendo melhor o valor do tempo na busca da sabedoria utilizada por determinados grupos como os monges e os eremitas e percebo, mas não aceito, que quem tem como objectivo principal de vida ter dinheiro, muito dinheiro, mais tarde ou mais cedo pode cair na tentação do dinheiro fácil, das vigarices e da corrupção.
Como refere Neil Fiore : na realidade, tempo é mais precioso que o dinheiro. É um recurso não renovável. Uma vez que você o gasta, e se você o usou mal, ele vai-se para sempre. Aproveite bem o tempo, que ele não dura sempre…
Ondina Freixo