Descer ao âmago dos factos é um penitente e paciente labor. Vivemos colados a realidades inquestionadas.
Por vezes herdadas com candura de transmissão; outras, com malévola perfídia.
Quando as questionamos, não as aceitando por comodismo, encontramos lentes prismáticas que nos proporcionam enfoques muito plurais e por vezes assaz estranhos.
Alguns assustadores.
Investigar, estudar, pesquisar e… descobrir indícios que nos levam por outras sendas.
Os tempos são de imediatismo e pouco propícios à percepção de substractos acamados e resguardados pela areia do tempo ou manipulação humana.
Também se aprende o acriticismo e desaprende o aprofundamento, num desinteresse por tudo que não seja descartavelmente efémero.
Parece que o homem se desprende da(s) verdade(s), na aceitação tácita do “prêt-à-porter” pré-fabricado por quantos aproveitam com inteligência essa maré dos indiferentes.
Uma ínfima minoria.
Kafka tinha lúcida razão… Broch e Musil também.
E avisaram dos riscos daí advenientes.
Mas ninguém os ouviu com atenção.