CAPÍTULO XIV
Ainda naquela sessão de dezembro de 2014, que já vai longa … mas,
Do culminar da expressão dos atletas exibidos até à exortação partidária da hoste laranja, foi “um ver se te avias” – uma Moção, pois, uma Moção, querendo atropelar, com tentativa de esmagamento, todas as opiniões de desagrado que tiveram de ouvir, tudo por culpa da oposição.
O fundamentalismo narcisista do PSD já era assim, naquele tempo, nesse dia coadjuvado pelo segredo das aparições daquela dupla de notáveis, umas vezes como acionistas principais, outras, como porta-vozes dos oligarcas do regime.
Tudo na tentativa de evitar aquilo que, à data, ainda não tinha sido inventado, a tal vinda do Diabo por obra da oposição.
A moção do PSD, afinal, era como o gato que deixava sempre rabo de fora – a sua (não do gato, mas do autor) esperteza saloia foi a mesma que deixou à vista que a encomenda foi desenhada à medida, porque era o único partido que sabia da intervenção de tão ilustres apresentadores. Para variar, claro.
Estar do lado certo, não é ser maioria, é ter razão.
Até hoje, ainda não aprenderam! Nem se livraram da culpa, porque os seus pares foram os principais responsáveis.
Foi essa maioria que, em exclusivo, aprovou o que queriam que fosse um indulto, mas não foi. Mereceu a abstenção do CDS e o voto contra dos socialistas que, entretanto, entregaram um Requerimento à mesa exigindo, ao abrigo do regimento, a introdução de um ponto, a sério, para discussão dos assuntos relacionados com a água, na sessão ordinária seguinte, a realizar em fevereiro de 2014.
Mas o PS fez saber, desconhecendo o que iria acontecer pela inesperada introdução daquele ponto, que não pretendia discutir o sistema de abastecimento de água, que isso compete aos técnicos, mas sim a legitimidade de um contrato e dos responsáveis que o assinaram.
– “Acusem-nos de fazer política, mas nunca cometam a veleidade de nos acusar de oportunismo partidário”, avisava o PS nesse documento, adiantando que não pretendiam desistir dessa luta que já transbordara dos limites geográficos do concelho – no passado dia 18, em que se comemorou o aniversário da elevação de Tondela a cidade, a agência LUSA distribuiu uma notícia sobre o que se estava a passar no nosso concelho acerca do preço da água.
No mesmo documento, o PS manifestou a sua solidariedade e aplauso ao movimento de cidadãos que se organizou nesta causa e a intenção de querer contribuir para o seu sucesso.
Era a confirmação do compromisso dos nossos candidatos do concelho de Tondela, a que se juntaram gentes de Carregal do Sal, de Tábua, de Santa Comba Dão e de Mortágua. Este movimento informal e espontâneo viria a tornar-se no ponto de encontro dos interesses comuns de diversas convicções que lutavam pelo mesmo fim. Gente do PS, do CDS, da CDU, do BE e independentes fizeram nascer o MUAP – Movimento de Utentes da Águas do Planalto.
Um novo ano estava a chegar…
(CONTINUA)