Ser filho de/da puta!

Esta é uma questão de interesse nacional com tanta importância como as cagadelas dos pombos da Praça da Figueira. No entanto, os senhores que dependem da interpretação da hipotética diferença, consideram-na um caso de importância extrema do qual dependerá o futuro deste miserável país.

  • 9:03 | Terça-feira, 29 de Agosto de 2017
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Esta é uma questão de interesse nacional com tanta importância como as cagadelas dos pombos da Praça da Figueira. No entanto, os senhores que dependem da interpretação da hipotética diferença, consideram-na um caso de importância extrema do qual dependerá o futuro deste miserável país. Se eu os mandar para a puta que os pariu, toda a gente compreende que o insulto não é para a mãe, é para eles. Por estas e por outras é que os defensores do aborto têm alguma razão: de vez em quando, deve praticar-se, a bem da nação.

No meu fraco entender, só os que são, cumulativamente, filhos “de” puta e filhos “da” puta, é que não percebem. Qualquer labrego já viu que a diferença só existe na boca de quem insulta e nos ouvidos de quem ouve. Quem não entende que é a mesma merda, é que não passa de um grande, enorme, descomunal e estratosférico filho de uma nota de 20 paus.

Afinal, qual é a diferença entre um filho “de” puta e um filho “da” puta? Na verdade nenhuma! Um gajo que seja “de” é igual a outro que seja “da“.  A diferença só existe se um for um grande filho “de” e o outro for um vulgar filho “da“. A verdade é que a puta, mantém-se!


Analisando melhor, direi que, se me chamarem filho “de” puta, não me sentirei melhor do que se me chamarem filho “da” puta. A minha Mãe é sempre atingida pelo insulto, com a agravante de o “da” se referir especificamente a ela, e, o “de” se referir a outra mulher qualquer, que poderia ocupar o seu lugar.

Seja como for, se eu for o alvo do insulto com “da“, tendo como veículo o artigo definido feminino “a“, referir-se-á á minha progenitora, transformando-a na principal atingida. Se me insultarem com o “de“, o veículo será diferente. Sem artigo definido, torna-se universal, transformando todas as mães em putas. Concluindo, para estes senhores do “de” e do “da“, há muito mais putas do que mães, percebem?

Agora digo eu: pobres Mães que os pariram e desgraçado país que os atura.

O povo que temos já deu conta que os Presidentes da/de Câmara, querem é perpetuar-se no poder, à custa da leitura tardia da Lei, por parte de um Presidente da República que ainda não deu conta que, em Portugal, só há bananas na Madeira.

Ainda assim, desabafo à maneira antiga: puta que os pariu a todos!

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