São Lágrimas!
Portugal, atipicamente, ganhou o Euro 2016. Ao contrário de outros campeonatos, onde o futebol que praticámos era aprazível e até deslumbrante, ganhámos o Euro com uma ponta de sorte e um camião de pragmatismo. Eu, que de bola saberei pouco, julgo que Fernando Santos terá conseguido os seus intentos nos últimos três jogos, […]
Portugal, atipicamente, ganhou o Euro 2016. Ao contrário de outros campeonatos, onde o futebol que praticámos era aprazível e até deslumbrante, ganhámos o Euro com uma ponta de sorte e um camião de pragmatismo.
Eu, que de bola saberei pouco, julgo que Fernando Santos terá conseguido os seus intentos nos últimos três jogos, já depois da fase de grupos. Antes disso, perdidos em campo, podemos agradecer aos deuses de Asgard o facto de nos termos apurado em terceiro.
Pela eficácia e pelo passado recente, Portugal já merecia um título destes. Ainda bem que chegou e que veio contra o típico chauvinismo francês com o qual tínhamos umas contas alongadas para ajustar. Serviu, de alguma forma, para vingar a injustiça de Jordão, Chalana, Bento, Futre, Figo, Rui Costa, Sousa e Pinto, nunca o terem sido.
Agora, com a responsabilidade acrescida que o troféu nos trás, saberemos tirar partido dele para melhorar as condições de competitividade internas da nossa Liga e tornar o nosso futebol mais atraente e vendável. Teremos, certamente, mais atenção e oportunidade. Que Proença e Gomes o saibam aproveitar. Há propostas em cima da mesa, queiram os responsáveis olhar para elas com coragem.
Há sempre alguém que se destaca e a mim, sportinguista como a maioria dos seleccionados, ressalta-me o facto de dez elementos serem formados em Alcochete e terem sido essenciais para esta conquista. Ressalta-me igualmente um Pépe imaculado, melhor jogador do torneio. E, por fim, emociona-me que o desportista que mais dinheiro factura por ano, que já ganhou quase tudo que tinha para ganhar, que nada tem a provar a ninguém, se emocione ao ponto de chorar de alegria e tristeza por conseguir algo pelo país que é o seu. Como se fosse um simples mortal – que não é, pois da lei da morte se libertou fruto do talento e do trabalho. Ronaldo celebrou como se tivesse ganho o seu primeiro troféu e isso, revela tanto de si e do seu amor às origens, como dos sacrifícios que fez e está disposto a fazer pela imagem do seu país.
Fossem outros “embaixadores” responsáveis, humildes e idóneos como ele e estaríamos nós muito bem. Não é Sr. Barroso?