Quando hoje se sabe ser Ruas o sucessor de Almeida Henriques, numa estranha e irónica dança do agora-tu-depois-eu, fruto da bem orquestrada conjugação de esforços da distrital de Pedro Alves e da certeza de que deveriam ter um candidato capaz de enfrentar João Azevedo, foi-me interessante dar uma vista de olhos por alguns números de 2011 de um jornal que à época dirigia e reler alguns dos comentários proferidos por alguns dos então protagonistas da política local.
A começar por Fernando Ruas que e perante os resultados autárquicos desse ano, veio reclamar louros pelo seu empenhado envolvimento. Mas isso foi há uma década, ainda Ruas não tinha entrado no clube dos 70 e mostrava algum fulgor. O que vale Ruas hoje?
Hélder Amaral, o então líder do CDS-PP vinha premonitoriamente referir “Viseu precisa de encontrar um líder”. Pois sim. A quem se estaria ele a referir? A Ruas? A si próprio? Ou se voltados para o presente, a João Azevedo, para o Concelho e a Paulo Duarte para a Concelhia?
Já Mota Faria, ora como agora nos bastidores, então presidente da distrital do PSD, actualíssimo, vinha reclamar a Universidade pública, que considerava um “investimento estruturante de Viseu” e defender a auto-estrada portajada Viseu Coimbra. Quando questionado “O senhor é apontado como um dos social-democratas com vontade em ser candidato à Câmara de Viseu, mas tem receio de o assumir. Encara a hipótese?” responde “Não me devo pronunciar sobre isso…” e à pergunta a enfatizar “Mas não está em condições de dizer que não vai ser candidato à Câmara de Viseu?, responde lapidar, desvelando um pouco desse oculto desiderato: “Ninguém em política pode dizer: Desta água não beberei.”
De facto, os viseenses mereciam melhor, mas o melhor, para o PSD, é tentar denodadamente manter, a qualquer custo, o bastião laranja em seu poder, mesmo que e se à custa do futuro dos viseenses, que pouco ou nada para eles parece importarem…