Respeito precisa-se

Aquilo que se passou envergonha qualquer adepto que goste de futebol e que insiste em fazer de uma ida ao futebol um programa de família.

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  • 22:07 | Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2020
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O mundo do futebol está em autêntico estado de choque com tudo o que se passou com o jogador Marega, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.

Aquilo que se passou envergonha qualquer adepto que goste de futebol e que insiste em fazer de uma ida ao futebol um programa de família. O que se passou com Marega galgou fronteiras e mereceu a condenação mundial. A má educação e a falta de respeito há muito que existem nos estádios portugueses de norte a sul de Portugal e ilhas. Mas, ontem, ganhou relevância porque se passou com um jogador de um grande clube português, que se fartou dos insultos que ouviu desde que entrou para o campo. Perante a chuva de insultos vindos da bancada, Marega não se conteve e respondeu, saindo do jogo, apesar do esforço dos colegas de equipa em o demover.

Se recuarmos no tempo, quem não se recorda do episódio do Papa Francisco ao repelir uma mulher que o procurava agarrar contra a sua vontade. Tal ilustra que nem sempre somos capazes de controlar os impulsos perante situações limite como aquela a que assistimos em Guimarães.


A má educação, a falta de respeito, começam, por vezes, bem cedo em jogos das camadas jovens em que os alguns pais não têm qualquer problema em insultar o árbitro ou em agredir os pais da equipa adversária. Que modelo de comportamento dão estes pais aos seus filhos? Nos estádios, não se percebe como é que as claques, apesar de todas as advertências, continuam a levar artefactos pirotécnicos que fazem explodir durante o jogo. As claques vivem há muito de esquemas, que ultrapassam os limites da legalidade e o fenómeno não é estancado.

Ávidas por audiências certas televisões têm no ar programas de comentário desportivo, que têm como único objetivo aumentar as rivalidades até ao ponto em que os adversários deixam de o ser para passarem a ser inimigos viscerais, que têm de ser abatidos a todo o custo.

Os programas continuam e todo o ódio que ali é destilado passa quase sempre impune às entidades reguladoras.

A verdade, é que não há coragem para mexer com os grandes clubes portugueses.

Magina da Silva, atual comandante da PSP, garantiu que os autores dos insultos seriam identificados, veremos se a justiça será capaz de os afastar dos campos de futebol, porque insultos racistas não podem caber nos estádios nem em outra qualquer atividade.

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Publicado em Opinião