Há uma força chamada Futuro.
É a força do nosso sangue que fica depois de nós, é a mole humana chamada Nação, é o legado que deixamos aos que ficam, dos que passam, dos que se vão.
A terra é fértil e o tempo é nosso. Ensinar aos nossos filhos a importância de plantar árvores – sementes de vida, de paz, de sombra, de equilíbrio – é um desígnio nacional.
Façam-no.
Desliguem a televisão. Vejam em conjunto o filme “O Homem que plantava árvores”. Ganhou um Óscar!!! (há quanto tempo não assistem em conjunto com as vossas crianças a um filme?)
Emocionem-se.
Relembrem essa capacidade única, própria dos seres vivos, que é renascer, superar a tragédia, reinventar-se, modificar a realidade que se nos apresenta triste e sofrida, aparentemente imutável. São precisas décadas para voltar a ter a mancha verde e silenciosa dos pinheiros aprumados no Pinhal do Rei. A mesma mancha vertical que impediu o areal da costa de se infiltrar por Portugal adentro, a mancha que pariu as tábuas das caravelas que nos fizeram descobrir mundos. A enorme, silenciosa mancha verde das árvores aprumadas e elegantes que abrigaram a nossa infância, os nossos piqueniques, que seguraram as redes das sestas de Verões intermináveis -no tempo em que os fogos florestais não eram o demónio da incúria – as árvores que largavam pinhas em quantidade suficiente para durante todo o Inverno acendermos lareiras.
O nosso tempo é um tempo de mudança. É inútil esperar que alguém decida por nós. Sentimos de forma humana a tragédia que foi perder este Pinhal. Sabemos todos que podia não ter sido assim. Precisamos de quem cuide do património de todos nós.
Saibamos agora exigir a justiça de reparar o erro que destruiu 700 anos de Pinhal de Leiria.
Queremos reflorestação e vigilância.
Já!