Puros & Imaculados, SA

Porém, talvez não contasse com a sucessão de escândalos surgidos no seio dos seus fiéis seguidores, a dedo criteriosamente escolhidos. Uns são acusados de furtar malas nos aeroportos, outros de prostituição de menores, outros de agressões a opositores, outros de condução com taxa crime de álcool no sangue, outros… enfim, há-os para todos os gostos, mesmo até com a obscena e cobarde competência de ofender uma deputada invisual.

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  • 17:23 | Quinta-feira, 20 de Fevereiro de 2025
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Quando todos viverem no mesmo chiqueiro, ninguém cheirará mal. Tal frase poderia ter sido escrita por George Orwell, em “1984”, mas não.

E contudo, esta pode muito bem ser a base da estratégia política do Chega para desviar as atenções do que se passa no seu grupo parlamentar, seus discípulos e acolitados. A tal cortina de fumo.

Grupo parlamentar onde há um número considerável de deputados com assuntos pendentes na Justiça e alguns até com suspeita de cometimento de crimes graves e muito graves.


Assim sendo e tal percebendo, Ventura, numa daquelas fugas para diante nas quais é pródigo, useiro e vezeiro, intenta expandir o germe a todas as bancadas, num charivari espalhafatoso-ruidoso que raia o histerismo (por vezes mesmo superando-o), no arremesso da lama que quer a todo o custo partilhar e com ela os outros conspurcar.

A sabedoria popular tem um dito que também aqui se adequa: “Ó filha, chama-lhe .…. antes que te chame a ti!”. E vai daí, porfia nesta crónica luta de sarjeta, que visa atacar e derrubar o sistema, desacreditando-o para aparecer como imaculado cavaleiro da sagrada purificação da extrema-direita. Lata não lhe tem faltado…

Porém, talvez não contasse com a sucessão de escândalos surgidos no seio dos seus fiéis seguidores, a dedo criteriosamente escolhidos. Uns são acusados de furtar malas nos aeroportos, outros de prostituição de menores, outros de agressões a opositores, outros de condução com taxa crime de álcool no sangue, outros… enfim, há-os para todos os gostos, mesmo até com a obscena e cobarde competência de ofender uma deputada invisual.

De facto, a este partido que é hoje a terceira força política nacional chegou de tudo, desde os saudosistas do salazarismo mais bafiento, aos ressabiados do PSD e do CDS, aos desempregados políticos, aos frustrados da vida, aos histéricos com aparente instabilidade emocional, aos praticantes da arruaça… todos ali recebendo acoito, todos encontrando uma derradeira hipótese de singrar na vidinha, todos parecendo ler, bem orquestrados, pela mesma cartilha da assuada, do vilipêndio, da provocação, do ultraje, da torpeza e do labéu…

Pedro Nuno Santos apodou-os de um “bando de delinquentes“. Não chegaríamos tão longe, mas não descremos que podem ter élan para lá chegar…

 

(Ilustração DR)

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Publicado em Opinião