Apesar da vitória nas eleições para o governo regional dos Açores, a perda de 7% dos votos traduziu-se no esboroar da maioria absoluta há duas décadas detida, num total de 24 anos de governação.
Se nas penúltimas eleições o PS alcançou os 30 mandatos, nestas ficar-se-á pelos 25, num total de 57 lugares a ocupar.
Por seu turno, o PSD elegeu 21 deputados com 33,7% dos votos contra os 19 eleitos em 2016.
A terceira força política, o CDS-PP, apesar de baixar, manteve os 4 deputados, com 5,5%
Segue-se-lhe o Chega que elege 2 deputados, com 5%, o BE com 2, o PPM com 2 e a IL juntamente com o PAN com 1 deputado.
A abstenção foi de 54,58%.
Conclusões:
Ao PSD, com José Manuel Bolieiro, basta seguir o exemplo de António Costa e construir uma “geringonça” com a direita, que lhe permitirá dar as cartas na região. Aliás, nesse entendimento, Bolieiro já se mostrou disponível para negociações, em contraponto às declarações de André Ventura que rejeita essa possível coligação porque “não confia nos sociais-democratas” e “não governa com partidos do sistema”.
Num território onde a abstenção é proverbialmente elevada, os novos partidos surgidos em cena, foram surpresa e factor de desequilíbrio de uma hegemonia de mais de duas décadas do PS.
No continente e em muitas capitais de distrito, este cenário pode servir de pano de fundo para as autárquicas de 2021, num agitar de águas com muito de inesperado.
(Foto DR)