Galamba tornou-se um produto altamente tóxico para o governo de maioria socialista. Não há volta a dar nesta rodilha de “miúdos” que pôs em causa a estabilidade governativa e provocou uma descida tal de votos que, hoje, a sondagem da Intercampus para o CM já dá o PS empatado com o PSD, ambos com 21% de intenções de voto.
A sucessão de escândalos que António Costa não conseguiu travar, a indecisão na tomada de decisões, as contradições, as mentiras e as meias-verdades no âmbito do dossier TAP estão a ser fatais para o PS.
Por seu turno, a frouxa liderança de Luís Montenegro à frente do PSD, um líder que não consegue passar ao eleitorado um discurso de alento, sem medidas alternativas de vulto, enrodilhado também em polémicas internas, dá azo a que uma franja do eleitorado escorregue para a extrema-direita, provocando o crescimento de partidos como o Chega.
Mas há aqueles que descolando do PS, do PSD e nada querendo com a extrema direita, engrossam as fileiras dos indecisos, os que não se reveem nos três maiores partidos do espectro político actual nacional, que em conjunto somam aproximadamente 54% das intenções de voto.
No cerne da questão, o caso Galamba – TAP – Frederico Pinheiro – SIS e Pedro Nuno Santos – TAP – Alexandra Leitão. Dois meros figurantes deste lastimável “filme” a porem em causa dois protagonistas e mais gravemente, o actor principal, António Costa.
É chegado o tempo da esperada e adiada remodelação, saídos até agora quase dezena e meia, entre ministros e secretários de estado, por motivos pouco edificantes.
Costa ao manter Galamba, está a recusar a “ingerência” do presidente da República em matéria de escolha e exoneração de ministros. Talvez se Marcelo não viesse intempestivamente a terreno sugerir a saída de Galamba, Costa a tivesse propiciado por seu punho, sem ficar no retrato como mera marionete de Belém.
(Foto DR)