Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus, ao tempo da 2a. Guerra Mundial, tem, a partir de hoje, e 67 anos após a sua morte, honras de Panteão Nacional, ao lado de figuras proeminentes da nossa sociedade.
Contrariando as autoridades portuguesas, o cônsul emitiu de 10 a 15 mil vistos, libertando das garras sangrentas dos nazis milhares de vidas inocentes, judeus condenados a morrer nas câmaras de gás.
Humilde, quis que os restos mortais fossem sepultados na terra natal, vontade que não é beliscada com esta exaltação.
O ditador não podia ser contrariado e a atitude nobre e corajosa do diplomata feriu a suposta neutralidade de que o governante fazia alarde.
Hoje, fez-se justiça. Tarde, mas fez-se. Porque Portugal é um país manco nas prioridades, só me lamento que a trasladação tenha tido lugar depois de Eusébio.
Enfim, gostos dúbios e nebulosos…que se discutem.