Precisamos de um novo rumo!
Pedro Passos Coelho surpreendeu tudo e todos com a sua mensagem de Natal ao avançar que foram criados, até setembro de 2013, cento e vinte mil novos empregos líquidos. Dou de barato que essa fosse a sua vontade, agora o que ninguém pode tolerar é que um primeiro-ministro venha falsear aquela que é uma dura […]
Pedro Passos Coelho surpreendeu tudo e todos com a sua mensagem de Natal ao avançar que foram criados, até setembro de 2013, cento e vinte mil novos empregos líquidos.
Dou de barato que essa fosse a sua vontade, agora o que ninguém pode tolerar é que um primeiro-ministro venha falsear aquela que é uma dura realidade para todos os portugueses, com destaque para os mais jovens, que têm sofrido na pele as medidas cegas de uma crise que este governo teimou, desde o início, em implementar para além do memorando.
Segundo os dados oficiais, aquilo a que assistimos, até setembro, foi à criação de vinte e um mil e oitocentos empregos líquidos, ficando este valor muito, mesmo muito, aquém daquele que foi avançado por Pedro Passos Coelho. É que, não nos podemos esquecer, só entre janeiro e março de 2013 foram destruídos cem mil postos de trabalho. Ou será que esses não contam nesta contabilidade, de uma só face, do primeiro-ministro?
E, já agora, seria bom que este mesmo governante, que mandou os portugueses emigrar, não escamoteasse também, agora, essa realidade que nos está a sangrar os recursos humanos mais ativos e mais empreendedores. Refira-se, aliás, que um país da nossa dimensão demográfica não tem qualquer futuro com o êxodo anual de mais de cem mil portugueses. Pessoas que nós qualificámos e que agora vão entregar, a outros países, o fruto dessa sua formação, efetuada com base no nosso investimento coletivo.
Só, realmente, um náufrago político se pode baralhar nestes termos e nestes montantes. Só alguém que perdeu o norte pode, num assomo de alucinação, atirar para o ar tamanha atoarda! Ou será que ainda são vestígios do chumbo unânime do tribunal constitucional ao regime de convergência de pensões da caixa geral de aposentações e da segurança social? Ou será que são consequências de mais uma das muitas medidas que recorrentemente o tribunal constitucional tem vindo a declarar de inconstitucionais por violação de vários princípios, de que se destaca o da confiança?
Seja o que for, mas aquilo que se espera de qualquer governo é que fale verdade aos seus concidadãos, que seja um fator agregador de sinergias, que seja uma voz de esperança para o seu povo e que não seja um permanente foco de instabilidade entre os parceiros da coligação e se envolva numa constante rotação de cadeiras, seja de ministros ou seja de secretários de estado.
É hoje uma evidência: precisamos urgentemente de um novo rumo!