Ver o Sr. Rosa a fazer um julgamento pareceu o mesmo que ter um cego a escolher um filme porno. Não acertou uma. Crisipo de Solos morreu de riso de uma das suas anedotas. Este Juiz conseguiu fazer aquilo sem esboçar o mínimo sorriso. Nas artes da crendice e ciências do oculto, arrisca-se mesmo a tirar o primeiro lugar à bruxa Maia.
Já não ia ao circo há bastante tempo. Tanto que já me começava a esfumar a memória de ver todas aquelas bestas, altivas, domadas a troco de biscoitos e chibatadas. Saudades tinha também de ver os palhaços em alaridos e joviais algazarras. E os acrobatas, em arriscados saltos. Ontem assistiu-se a tudo isto. Em directo.
As ciências jurídicas explicarão muitos daqueles fenómenos. As artes pornográficas explicarão os restantes, atendendo à maneira como se fecundou toda uma nação.
Quanto ao Sr. Sousa, a questão que se coloca é como a criatura convence os cidadãos a tomarem o partido dele. Se pela intrujice do próprio ou pela ignorância dos outros.
Ontem fez lembrar os tempos da simonia. Houve quem caísse na esparrela e comprasse o engodo. Mas perante tal absurdo, e na impossibilidade de fazer justiça pelas próprias mãos, é preferível soltar umas gargalhadas.
Bizâncio caiu enquanto discutia o sexo dos anjos. A República Portuguesa desaba debatendo a corrupção dos governantes.