Um autor que escreve, durante um ano, poemas de três linhas captou-me a atenção. Com o pseudónimo Kilroy (o nome colectivo utilizado pelos soldados americanos durante a II Guerra Mundial), Hans Magnus Enzensberger, poeta e ensaísta alemão, publicou-os durante 365 dias no Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Li uma entrevista que concedeu ao El País, e quero destacar algumas ideias:
“É fácil imprimir bilhetes, mas imprimir confiança é impossível.”
“Devemos lembrar sempre que entre os intelectuais há idiotices das que são capazes, sobretudo os intelectuais.”
“Porque nos preocupamos com a política? Não o fazemos por gosto, porque é aborrecido, mas por autodefesa. E os que o fazem seguramente sentem que a política lhes dá vigor, segrega uma espécie de seretonina.”
“Também digo que neste momento todos os meios falam de digitalização e predizem que tudo será digital. Abaixo com o papel, é demasiado analógico! Não estou de acordo: eu como analógicamente, durmo analógicamente… Este é um sistema analógico.”
Aguçada a curiosidade, dirigi-me à livraria mais próxima, aberta ao domingo, a FNAC, na esperança de encontrar o seu livro mais recente: “Reflexões do senhor Z”. Não há, apenas têm um título editado em português pela Sextante: “Os Homens do Terror”, indisponível na loja.
Decidi encomendar o livro…
Atendido por uma colaboradora atenciosa, descobri que a loja pode ter poucas novidades editoriais e “fundos editoriais” nem por sonho, são as regras do mercado. Mas novidades quanto à cobrança, essas estão sempre a surgir. Novidade 1) Pagar no ato da encomenda; Novidade 2) Pagar a encomenda, só com multibanco.
Enquanto aguardo o email, Novidade 3) Deixaram de enviar sms de aviso de chegada da encomenda, decidi comprar um livro, referenciado mais do que uma vez por um amigo que “percebe da poda”: “Submissão” de Michel Houellebecq.