Pias leis ou peregrinas idiotices – a subida do IUC

Se a este imaculado intento despoluidor (estamos para ver o que vai acontecer com as baterias de lítio em fim de vida…) reflectido numa carga tributária obscena, juntarmos salários que rondam a metade e um terço dos salários auferidos na maioria dos países europeus, basicamente constatamos e não precisamos de ser génios, nem “crânios" do ministério do Ambiente, que os portugueses têm carros anteriores a 2007 não por gosto, gozo, afecto ou masoquismo, mas sim por não terem dinheiro para comprar carros novos e muito menos os caros veículos eléctricos que agora estão na “berra”.

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  • 11:10 | Quarta-feira, 18 de Outubro de 2023
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O Governo, talvez o ministério do Ambiente, decidiu, luminoso para sair da inércia e dar prova de vida, penalizar o IUC de todos os carros anteriores a 2007.

Com a fé dos crentes, para dar a um real cínico caução nobre, jura a pés juntos fazê-lo para proteger o ambiente e penalizar os carros mais poluentes.

Provavelmente só o fez para ir buscar os milhões que vai perder na prometida redução das portagens das ex-scuts, no montante de 72 milhões de euros e, assim, compensá-los com os 84 milhões previstos nessa medida, a arrecadar em 2024.

A bem dizer, não extrapolaremos ao pensar que o que esta medida dá com uma mão com a outra rouba, penalizando ainda mais quem não circula em ex-scuts.


Mas o  Governo, ou a luminária da ideia, já se questionou porque é que existem em Portugal muitos carros anteriores a 2007?

Decerto que não! Mas nós ajudamos o inspirado “manga de alpaca” que provavelmente se desloca em carro e com motorista do ministério, pago pelos contribuintes: porque, entre outras razões, o IVA e o  ISV são dos mais penalizadores da Europa, encarecendo brutalmente o preço dos carros, sendo o IVA  aplicado sobre o preço base de um veículo, 23%, acrescido do ISV. Por sua vez, o ISV é calculado com base na cilindrada e nas emissões de CO2. Este valor tem vindo a aumentar e em 2023 subiu 4%.

Se a este imaculado intento despoluidor (estamos para ver o que vai acontecer com as baterias de lítio em fim de vida…) reflectido numa carga tributária obscena, juntarmos salários que rondam a metade e um terço dos salários auferidos na maioria dos países europeus, basicamente constatamos e não precisamos de ser génios, nem “crânios” do ministério do Ambiente, que os portugueses têm carros anteriores a 2007 não por gosto, gozo, afecto ou masoquismo, mas sim por não terem dinheiro para comprar carros novos e muito menos os caros veículos eléctricos que agora estão na “berra”.

No fundo, paga sempre o mais penalizado, depauperado e recorrentemente asfixiado com mais “taxas e taxinhas” em prol da salvação do planeta ou… do reabastecimento dos ávidos cofres do Estado. E já agora, aviões das companhias aéreas, cargueiros e paquetes de luxo, também embarcam???

Razão tinha o Bordalo…

 

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Publicado em Opinião