Não conheço nem um nem outro. Pai e filho. Paulo e José Penedos. Não tenho procuração de defesa de nenhum, nem queria ter. Há 6 anos, no processo “Face Oculta”, foram condenados a penas de prisão. Por tráfico de influências, que é coisa feia e, geralmente, tem a virtude de não deixar impressões digitais.
Depois de vários recursos, considerados improcedentes, está ainda pendente um outro, que corre no Tribunal Constitucional, mas que a juíza considerou não ter efeitos suspensivos.
Não está em causa a condenação e a pena. Se se portaram mal, têm de pagar à sociedade pelo mal que fizeram, abusando dos poderes de que estavam investidos e metendo o nariz onde não eram chamados.
O que me chateia é que a condenação data de há 6 anos e a prisão ocorre, precisamente, nas vésperas do Natal.
Se se esperou 6 anos, porquê só agora? Por mais uns dias, a justiça não perdia nada. Esta não é a melhor altura para alguém baixar aos calabouços, salvo se se tratar de crimes de sangue.
A justiça tem de ser cega para ser justa. Mas quando é insensível e fria, torna-se vesga. O que não abona a sua credibilidade.