Pedro Lomba, “bazamos ou ficamos?
Pedro Lomba, Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, faz jus ao nome. Sempre que aparece numa conferência de imprensa está com “ar” de automobilista que ultrapassou em várias “lombas”, tendo corrido múltiplos riscos de choque frontal. O seu “ar” esbaforido, direi mesmo “apatetado” justificar-se-á pelo teor das suas intervenções, “cada […]
Pedro Lomba, Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, faz jus ao nome. Sempre que aparece numa conferência de imprensa está com “ar” de automobilista que ultrapassou em várias “lombas”, tendo corrido múltiplos riscos de choque frontal. O seu “ar” esbaforido, direi mesmo “apatetado” justificar-se-á pelo teor das suas intervenções, “cada tiro, cada melro!”. Das duas uma, lê apenas o que o lhe mandam, daí o seu “ar” de incredulidade perante a mensagem ou não passa de um “amestrado” que servirá para lançar e testar “ideias”.
O senhor anunciou, qual “diácono dos remédios”, uma nova estratégia para as migrações, desde logo, um “conceito inovador” porque preconiza “uma visão integrada entre política de imigração e a política de emigração”. Senhor Pedro Lomba “prossiga mas com cuidado, eze”. Ter-se-á esquecido dos conselhos sábios do seu Primeiro-ministro? Afinal de contas, “Diz lá em que ponto é que estamos, todos os meus manos, bazamos ou ficamos”? (Mind de Gap). Emigramos ou enraizamos?
O senhor tem ideias, pelo menos três:
1) “criar condições para que o talento estrangeiro continue a vir para Portugal”;
2) “criar condições também para que o talento português possa regressar a Portugal”;
3) “criar condições também para reter o talento que aqui temos”.
Quando elenca as estratégias para atingir as miríficas condições, “ó meus amigos, eze!”, “não havia necessidade”, mas “prossigamos com cuidado, eze”…
Com o desinvestimento no ensino superior e na investigação, será possível tornar verosímil a afirmação do Secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto? (“através da criação de centros de conhecimento, de novos centros de investigação, de novas instituições, vai ser possível atrair mais talento estrangeiro, vai ser possível reter o talento nacional e vai ser possível criar condições para reverter a saída de muitos dos nossos jovens qualificados”). Se repetir a ideia muitas vezes, talvez se torne crível, é como a mentira, quando repetida mil vezes torna-se verdade.
Já não se limita a ultrapassar em lombas sem visibilidade, conduz em contramão, talvez esteja mesmo fora da faixa de rodagem, só assim se poderá aceitar esta afirmação: “A estes instrumentos acrescerão outros, naturalmente, que fazem parte, de facto, de uma estratégia de captação. Depois, noutra ocasião poderemos falar um pouco mais aprofundadamente até sobre esses instrumentos”. (os sublinhados são meus).
“Acrescerão outros”. Quais?
“Uma estratégia de captação.” Qual?
“Noutra ocasião”. Quando?
A cereja no topo do bolo: “reforçada a missão de intervenção social nos descendentes das anteriores gerações migratórias”. Sem comentários!
Sinceramente, parece-me que nem terá carta de condução. Contudo, por “osmose governamental” estará habilitado a conduzir um “papa reformas”, mas “com cuidado, eze”. Como não há dois sem três, senhor adjunto do adjunto, deixe-me ser seu adjunto. Que me diz a garantirmos o transporte gratuito, em “papa reformas”, ao talento que conseguirmos importar? Além de facilitar a deslocação dos interessados, permite criar postos de trabalho para quem não possua carta de condução. Além disso, ao aumentar a circulação destes veículos de marcha lenta, provocar-se-ão mais engarrafamentos, dificultando a saída dos nossos jovens qualificados e também dos “outros”, dos menos qualificados, também eles portugueses…
“Valha-nos deuszzz!”, já estou a imaginar as nossas estradas pejadas de “velhinhos” a conduzir “papa reformas”, transportando “jovens talentos”, com o diploma na mão: habemus intergeracionalidade!