É frequente vermos presidentes da república em fim de ciclo a porem de lado a máscara do sorriso afivelado durante anos e, decerto cansados do trejeito não natural, envergarem os verdadeiros rostos desprovidos da simpatia e distendidos no seu verdadeiro ricto.
Findo o tempo das selfies e dos beijos e abraços ao povo que vota, também Emmanuel Macron, o presidente francês em último mandato, tem vindo a pôr o hexágono a ferro e fogo com as suas medidas impopulares, como, entre outras, a subida da idade da reforma para os 64 anos e com a sua inércia face aos agricultores, que se sentem esmagados pelas imposições da UE.
No entreacto, Macron anda mais a primeira dama a vender charme pela Suécia, virando costas ao estado de cólera vivido no seu país, com a cidade de Paris quase cercada e milhares de tractores a bloquearem as principais vias de França, criando engarrafamentos enormes e intransponíveis.
Esta reivindicação dos agricultores franceses, além dos inúmeros problemas causados à circulação nas autoestradas, a curto prazo poderá provocar uma situação de falta dos principais produtos alimentares nas principais cidades francesas, com pesados prejuízos económicos também para o trânsito internacional rodoviário, ali retido.
Entretanto, quando Macron chegar da Suécia irá encontrar-se com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na próxima 5ª feira. E até lá?
Entretanto, os cartazes empunhados pelos agricultores são esclarecedores:
Em grande velocidade, para minimizar, o governo já propõe a descida do preço do gasóleo agrícola, indemnizações substanciais para os criadores cujos bovinos foram atacados pela doença hemorrágica epizoótica e pesadas sanções contra três industriais do sector agroalimentar que desrespeitaram a lei EGalim de 2018, que visa equilibrar as relações comerciais neste sector, incidindo sobre os preços, e sobre a alimentação saudável e sustentável.
(1) Bloco económico que tem o objectivo de fortalecer economicamente os países sul americanos como o Brasil, a Argentina, o Paraguai , o Uruguai, a Bolívia, o Chile, a Colômbia, o Equador, a Guiana, o Peru… um mercado comum a funcionar numa zona de livre comércio sem os constrangimentos burocráticos que limitam o comércio para o exterior, nomeadamente para a Europa, entre outros.
(Fotos DR)