“E aqueles que por obras valerosas / Se vão da lei da Morte libertando”
Toda o português – creio eu – conhece “Os Lusíadas”, Luís de Camões e estes versos do Canto I. Ora, alguns desses lusitanos vultos com obra de valor colheram descanso final na Igreja de Santa Engrácia, em Lisboa, hoje Panteão Nacional, mandada construir pela infanta Dona Maria, devota dessa mártir, no último quartel do século XVI.
Leia aqui esta história, com a devida vénia à sua autora, Maria Luísa Jacquinet, da UAL
Simão Sólis (†1631), cristão-novo: entre justiça humana e justiça divina
Hoje, os restos mortais de uma pluralidade grande de portugueses de mérito aí residem, tendo os seus restos mortais para lá sido transladados, ou, na sua falta, a sua simbólica presença, como é o caso de Luís de Camões, a seu tempo sepultado na Igreja de Sant’ana por intercessão de um seu amigo, D. Gonçalo Coutinho, passando pelo terramoto de 1755 e mudança das suas supostas ossadas para o Mosteiro dos Jerónimos, no século XIX, de onde, simbolicamente passou “in memoriam” para o Panteão Nacional.
Por entre políticos vários, cantoras, Amália Rodrigues, desportistas, Eusébio, lá têm o eterno repouso, os pátrios escritores:
Luís de Camões, Almeida Garrett, Aquilino Ribeiro, Guerra Junqueiro, João de Deus, Sophia de Mello Breyner Andresen…
Inúmeros outros grandes portugueses lá teriam lugar. Na parte que me toca ajuizar, por presunção e subjectivo pessoal gosto, cinjo-me à literatura e para lá transladaria o Padre António Vieira, cujos restos estarão em Salvador da Baía, onde faleceu em 1697, e passaria ao século XIX para transladar Camilo Castelo Branco e Eça de Queirós. Do século XX, de tão difícil escolha, levaria Fernando Pessoa, Miguel Torga (Adolfo Rocha), José Saramago e Agustina Bessa-Luís…