“Mas depois a noite manteve-se imóvel”
George Steiner, O transporte para San Cristóbal de A. H., Gradiva
Se em democracia um político é sufragado pelo seu programa eleitoral, pelas promessas que traz arrimadas à sua candidatura, que se devia fazer àquele que, uma vez eleito, deita tudo para trás das costas e faz exatamente o mesmo ou pior do que aqueles contra quem se apresentou a votos?
E porque não servirá a “lei das leis” a esses prestidigitadores retóricos da ilusão?
Provavelmente por ir contra os os interesses daqueles que esses políticos representam, uma minoria de “ungidos do Senhor”, reconhecidos a quantos defenderem os seus direitos, que raramente são os direitos da maioria dos portugueses.
Querem alterar a Constituição? Pois comecem por aí:
Artigo I – Todo o político que usando de discursos cínicos e de ilusão tire deles proveito para ludibriar o povo que nele confiou, praticando o oposto do prometido, incentivando ao ódio, ao ressentimento e à divisão só tem uma metafórica forma de expiação:
Pelourinho com ele, de pés e mãos acorrentados às argolas do granito pendentes, exposto ao escárnio, ao escarro e à natureza que o pariu…
(Foto DR)