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“Os reformados têm de ganhar menos”…

Para justificar a sua brilhante e assertiva ejaculatória, dando caução nobre a um real cínico, o sr. Pratas intenta aparecer como um gestor preocupado com a Segurança Social e sua sustentabilidade, abonando no discurso “Para o sistema de pensões não ser deficitário, os reformados têm de ganhar menos. Isto é uma coisa que nenhum político vai dizer”.

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    • 11:08 | Sexta-feira, 22 de Dezembro de 2023
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    Ciclicamente, por aí, em certa CS, aparecem uns visionários com ideias peregrinas, como o sr. João Pratas, com o entendimento de que “os reformados têm de ganhar menos”.

    Exactamente, é esta a sua sapiente conclusão, proferido do alto da sua sinecura de presidente da Associação Portuguesa de Fundos de Investimentos, Pensões e Patrimónios.

    Para justificar a sua brilhante e assertiva ejaculatória, dando caução nobre a um real cínico, o sr. Pratas intenta aparecer como um gestor preocupado com a Segurança Social e sua sustentabilidade, abonando no discurso “Para o sistema de pensões não ser deficitário, os reformados têm de ganhar menos. Isto é uma coisa que nenhum político vai dizer”.


    Pois nenhum político o vai dizer, pois terão um mínimo de pejo e de pudor. Adereços que parece não fazerem parte do “portfolio” cívico do sr. Pratas.

    Com protérvia e impudência vai mais longe, o sr. Pratas, que como um cruzado em luta pela sua “fé” acrescenta “Eu acho que as gerações mais novas devem continuar a pagar impostos para suportar um desequilíbrio em que as gerações mais velhas beneficiam”.

    Isto, sem decerto ignorar, ele que é expert na matéria, que há cerca de um milhão de reformados em Portugal a receber menos de 300 euros por mês.

    Já agora, quanto auferirá mensalmente o sr. Pratas?

    Provavelmente, o sr. Pratas visa tão somente promover os fundos de pensões. Mas não o faz pela afirmativa, antes tentando que a degradação das pensões vigentes leve a uma maior adesão às soluções complementares. Que ele representa. Como já representou a banca de onde é oriundo, mais concretamente da BPI Gestão de Activos e da Caixabank Management Association Luxembourg.

    Numa entrevista, com palavras bonitinhas , diz ao que vem: “promover e desenvolver a gestão de fundos de investimento, de fundos de pensões e de patrimónios” (…) “apresentação de propostas para a criação de condições que contribuam para o desenvolvimento da indústria nacional de Fundos de Investimento e de Pensões”, propondo-se até à “colaboração ativa nas consultas relativas aos processos de alteração da regulação comunitária e nacional”. Tal beneficência merece comenda…

    O sr. Pratas apresenta-se como um missionário pelas terras bárbaras do Ocidente, a catequizar para lucrar. A pregar, na sua evangélica missão, que é preciso tirar aos desvalidos da Fortuna, para dar aos afortunados do sistema. Sistema, claro, este dos fundos de investimento e de pensões, que só terá a lucrar quando todos os portugueses começarem a “poupar” para investir na engorda dos accionistas que o sr. Pratas representa.

    É Natal e há reformados que não têm dinheiro para pagar os medicamentos, o aquecimento, o aluguer da pobre habitação, a magra posta de bacalhau da Consoada. Não importa, para o sr. Pratas – até o nome ajuda — “os reformados têm de ganhar menos”. Ponto final.

     

     

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