O mundo actual apresenta-se cada vez mais profundamente dividido entre seres humanos detentores de incalculáveis fortunas e aqueles que vivem muitos pontos abaixo do limiar da pobreza.
Sem demagogias nem populismos, a UNICEF alerta que 1,4 milhão de crianças podem morrer em breve de desnutrição aguda grave, com a fome, só na Nigéria, na Somália, no Sudão do Sul e no Iémen.
Mas não fiquemos por estes números porque a realidade desmesura-se: No mundo há cerca de 821 milhões de pessoas a passar fome. E o número, ao invés de diminuir, anos após ano, vai crescendo.
Segundo a FAO, uma em cada nove pessoas passa fome no mundo de hoje assim distribuídas, 515 milhões na Ásia, 256,5 milhões em África e 39 milhões na América Latina e Caraíbas.
O relatório da FAO diz-nos que:
“Mundialmente, 821 milhões de pessoas, ou uma em cada nove, não têm alimentos suficientes.”
Claro está que e para uma população global prevista em Julho de 2020 de 7,8 mil milhões, 821 milhões é um número que, na frieza das comparações nos gráficos e no papel, pouco dirá à maioria das pessoas, para além do mero encolher de ombros: “é a vida!”
“A Ásia tem o número mais elevado de pessoas subnutridas – 515 milhões.
Quase 151 milhões de crianças com menos de 5 anos sofreram de atrasos no crescimento devido à desnutrição, uma condição que prejudica o desenvolvimento físico e mental.”
A estes chocantes números há que juntar a realidade dos refugiados que, na sua saga migratória, sobrevivem em condições arrepiantes.
Se a um já de si cenário aterrorizador juntarmos a nova realidade que a Covid 19 provocou, o panorama é de calamidade e indescritível desumanidade. Assim como o egoísmo humano e a generalização do “salve-se quem puder!”
(Fotos DR)