Os drones

Cumpridos ⅔ do período crítico, olha-se para o céu e, de drones, nada. Só notícias más, na terra. E na boa tradição portuguesa, os ministros da Defesa e do Ambiente, depois de falharem nos prazos, alijam responsabilidades e dizem não ser nada com Suas Excelências.

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  • 14:47 | Sexta-feira, 28 de Agosto de 2020
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Datada de Maio, a resolução do Conselho de Ministros autorizou a Força Aérea a adquirir 12 drones, num valor até 4.5 milhões de euros, para vigilância aérea activa, no período mais crítico de incêndios florestais.

Os procedimentos de contratação pública foram considerados urgentes e de interesse público. Por isso, possíveis de adquirir por ajuste directo. O objectivo seria assegurar a sua disponibilidade imediata no tempo em que era suposto serem mais precisos.

Acontece que, esperando-se a sua utilização para o passado dia 1 de Julho, até à data nenhum voo foi realizado. A urgência, que justificou o recurso ao ajuste directo, está, assim sob fogo.

Cumpridos ⅔ do período crítico, olha-se para o céu e, de drones, nada. Só notícias más, na terra. E na boa tradição portuguesa, os ministros da Defesa e do Ambiente, depois de falharem nos prazos, alijam responsabilidades e dizem não ser nada com Suas Excelências.


E a Força Aérea segue o seu trilho, indiferente e exigente, no cumprimento da sua agenda própria.

Se todos os santinhos ajudarem, e não estiverem de quarentena, parece que só chegarão a 31 de Agosto. Daqui a um mês, estamos na fase de relaxamento, os drones não vieram e o Estado já gastou o dinheiro. Coisa pouca e habitual.

Atente-se no negócio ruinoso dos 6 Kamov, comprados pelo Estado português, em 2006, parados há 2 anos e meio, desde Janeiro de 2018, à espera de um estudo, ainda por iniciar, sobre a vantagem da sua recuperação. Ora estão avariados, ora estão sem voar. Entretanto, para substituir três dos seis, no aluguer gastou mais 12.8 Milhões €.

 

Os dinheiros públicos estão baratos. Está visto que nas alturas o governo não se sente bem. Se se tratasse de pouco dinheiro, falaríamos de chinesices. Assim, com tanto “azar, e tanto montante envolvido, fala-se por aí de negócios da China.

Pura e genuína intriga.

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Publicado em Opinião