Ainda faltam quase 4 anos, e até lá tudo pode acontecer. Apesar de só terem lugar em Janeiro de 2026, a comunicação social, nos intervalos da crise aguda no sector da saúde, agita-se com as eleições presidenciais, especulando sobre putativos candidatos, à esquerda e à direita.
Passos Coelho, que está a fazer o seu percurso de silêncio, esperançando que o tempo apague as más memórias e alguns idosos, esbulhados nas suas parcas reformas e pensões, faleçam, não me parece que saia da linha de partida, muito embora tivesse o apoio do seu partido.
Paulo Portas não unifica a direita, não capta todo PSD e não se chega ao centro. E cultiva uma certa superioridade intelectual, que não colhe.
Durão Barroso traz agarrado à pele o estigma de ter virado costas ao país, seduzido por um cargo europeu, de que saiu algo chamuscado e com alguns rabos de palha.
Marques Mendes zurze demasiado no seu partido, que não lhe perdoa, e não tem altura física. Ninguém está a ver, nas cerimónias públicas, o oficial às ordens com um banquinho às costas, para que S. Ex. se possa chegar ao palanque.
António Costa não tem perfil para o cargo, é demasiado, seco, ardiloso, atritivo. Tem soberba que baste.
E, por fim, Gouveia e Melo. Francamente, não consigo entender a razão pela qual se coloca o Chefe do Estado-Maior da Armada no quadro de hipotéticos candidatos. Por ter gerido bem o processo vacinal? Por ter mostrado determinação no processo, fazendo-o chegar a bom porto? Foi bom, mas é curto, não chega. Para mim, a razão é só uma.
Esta dependência, que não há meio de exorcizarmos, é que nos tolhe e confunde. E nos faz temerosos e mais pequenos.
(Foto DR)