Há semanas, ao entrar em campo, foi a vez de João Mário ser assobiado no Estádio de Alvalade.
No passado sábado, aconteceu o mesmo a Octávio, no Estádio da Luz. Provou do mesmo veneno. Um e outro parecerem reagir com indiferença à garotice, mas é difícil avaliar o impacto da ofensa no equilíbrio emocional dos ofendidos.
Meia dúzia de grunhos atiraram o seu fundamentalismo estreito e bacoco para cima de quem não o merecia. Tolhidos por uma clubite exacerbada, enveredaram por caminhos tortuosos e inexplicáveis.
A selecção nacional, enquanto clube de todos nós, devia agregar, juntar, fazer esquecer clubes de origem e rivalidades internas. Infelizmente, uns energúmenos, não esquecendo a concorrência das competições nacionais, trazem colados à pele ódios de estimação que deviam ter os dias contados. E, tristemente, fazem-nos valer em dias que deviam ser de união e de festa.
O futebol, mesmo tornando-se uma indústria, não merece tratamentos tão torpes e hostis. E quem enverga a camisola nacional, venha lá de onde vier, só pode merecer o nosso incentivo e o nosso respeito.
Oxalá que a espécie dos parvos e dos patetas não se reproduza, e a selecção não seja palco de divergências insanas e de hostilidades inúteis.
Assim não sendo, só podemos concordar que o futebol nacional está doente.