O ex-árbitro internacional Pedro Proença disputou a presidência da Liga de Clubes com o ex-dirigente do Sporting Clube de Portugal Luís Duque.
Nunca considerei Luis Duque o homem certo para liderar a Liga, desde logo porque assumiu o cargo como algo transitório e temporário… Teve no Presidente do seu antigo clube, Bruno de Carvalho, um oponente que inclusivamente lhe moveu um processo civil relacionado com irregularidades referentes à indemnização acordada com Godinho Lopes, anterior presidente leonino. Também não contou com o apoio do Presidente do FCP, Pinto da Costa. O presidente portista também não verá com bons olhos a liderança da Federação Portuguesa de Futebol. É pública a saída de Fernando Gomes, Presidente da FPF, da SAD portista em ruptura com o presidente.
Assim, o homem do apito, que conquistou prestígio nacional e internacional, saiu vitorioso com o apoio de dois pesos pesados do futebol portugês: Futebol Clube do Porto e Sporting Clube de Portugal.
Esta eleição pode ser considerada um caso de estudo pela originalidade. Não há registo de um ex-árbitro a presidir ao organismo que congrega os clubes de futebol profissional, não apenas em Portugal, mas na Europa e no Mundo.
De ilegal a eleição nada terá, mas de imoral muito haverá a considerar. Imagine-se Carlos Costa, atual Presidente do Banco de Portugal, tornar-se Presidente do Novo Banco…
Um clube para se tornar campeão tem que ter um bom treinador, jogadores de qualidade e exercer alguma magistratura de influência nos organismos do futebol dos quais de destaca a arbitragem, liderada por Vitor Pereira. Rui Santos é bem claro: “A eleição de Pedro Proença para a presidência da Liga é a prova de que os clubes, em Portugal, pensam pela cabeça da arbitragem.”
A conquista de dois campeonatos consecutivos por parte do SLB quebrou uma certa hegemonia que vinha a ser evidenciada, há muitos anos, pelos azuis e brancos. A criação da BTV e a mudança de paradigma nos direitos de transmissão televisiva dos jogos de futebol rompeu com o monopólio da Olivedesportos de Joaquim Oliveira.
Algo está a mudar no futebol português, as peças do xadrez movimentam-se em jogadas visíveis de curo prazo que poderão ocultar outras de longo prazo que levarão à tentativa de tonada do poder da FPF e também do Conselho de Arbitragem.
O ataque a Vitor Pereira já começou, o FC Porto já defendeu que ele está a mais no futebol: “Vítor Pereira não pode deixar de ter noção que está a mais no futebol, que a maioria dos clubes não confia no seu trabalho, precisamente por não ser isento e que por isso até estavam dispostos a todos os riscos do sorteio”.
Ao senhor Pedro Proença desejo-lhe as maiores felicidades para uma tarefa que se antevê difícil. O futebol português precisa de novos dirigentes como do pão para a boca. Ainda que alguns dos seus apoiantes, da primeira hora, possam ter uma agenda oculta, cabe-lhe a ele ser um dirigente justo e lançar os pilares para uma nova era.
(Foto DR)