O Eng. António Guterres, secretário-geral da ONU, consagrou a expressão, “É a vida”, não faltando hoje referências e elogios às suas qualidades e carácter.
Não quero fazer de “patinho feio”, mas o hoje “bem-amado” já foi “mal-amado”. A “paixão pela Educação” foi glosada até ao limite. O “façam as contas” foi outro exemplo. Em nome da lucidez convém não esquecer o que foi dito, escrito e o que veio a seguir. O diálogo e a concertação social eram vistos como inércia. Os ditos “orçamentos limianos” foram um «erro político», por ele assumido. Contudo, a expressão, «evitar esse pântano político», teve uma manipulação grosseira, até à exaustão. O «pântano» era, pois, «o esgotamento de condições institucionais para poder governar», não se referia a «lamaçal» ou “lodaçal”. Uma coisa era uma legítima discordância política outra foi o insulto ignóbil contra ele, “picareta falante”, para depreciar o seu discurso político. A sua imagem de honestidade política foi posta em causa. Qual o crime? Tinha quebrado 10 anos de “cavaquismo”, em 1995, o que nunca lhe foi perdoado.
Lembrei-me hoje do poema de Luís de Camões, “Os Lusíadas”, que termina com a palavra “inveja”, como expressão de angústia. Esperemos que o clima vivido, face à complexidade do momento e das tarefas a cumprir, não dê lugar à acidez.
Termino como comecei, “é a vida”.
(Foto DR)