O vinho que “não cai do ar”

A um mês e meio do evento, nenhum pormenor é deixado ao acaso e este contacto pessoalizado é excelente prática no cimentar personalizado dos comprometimentos futuros.

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  • 23:46 | Sexta-feira, 06 de Março de 2020
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Mas a castanha cai, poderiam retorquir, acerca desse fruto das terras altas e ventosas… Mas aqui, do que se trata é da organização do evento Momentos com Vinho. E esse, sim, carece de uma organização apurada, pois além de ser a primeira vez que se apresenta, tem também que atrair e congregar produtores de vinhos da região do Távora-Varosa, do Dão e do Douro, todas vizinhas mas cada uma com as suas distintas personalidades e especificidades.

A convite do vereador da Cultura do município de Sernancelhe, Armando Mateus, e acompanhado de dois especialistas, Catarina Simões, enóloga reputada e João Aguiar, homem que trata o Douro por tu, foi por essas paragens afora que o dia de ontem se escoou.

Dos 15 produtores nessa jorna visitados, uma certeza ficou: a da sua adesão ao projecto, cientes da boa oportunidade proposta e conscientes também de que os eventos em Sernancelhe implementados primam por um profissionalismo e um rigor minucioso, que nada deixa ao acaso, tornando-se sinónimo de êxito.


No Douro, só a paisagem nos embriaga. Quanto aos seus néctares, produzidos em terra onde Cristo rompeu sandália e entregues às mãos sábias de experientes enólogos e adegueiros, eles estão hoje num patamar de alta qualidade, fruto de um profissionalismo muito elevado, na certeza que o mercado vínico não se compadece com amadorismos e no entendimento que, em qualquer parte do planeta, uma nova porta se poderá abrir, no mercado global, para acolher um produto maturado num “savoir-faire” que pouca inveja tem do que de melhor se produz por esse mundo adiante.

Os anfitriões receberam-nos com a franqueza duriense. Portas abertas, garrafa à disposição e as deliciosas amêndoas torradas no forno com sal… as da D. Amélia, então, são de três assobios. Se a volta não fosse longa e os anfitriões o permitissem, ainda lá estava hoje a roer nelas.

As novas e mais refinadas tecnologias, de produção e de engarrafamento, de mãos dadas com um saber ancestral e com a persistência de gente que há muito, socalco acima-abaixo, mostrou a sua valentia e resistência, deram os seus resultados e hoje, o reconhecimento dos produtos é consensual, estímulo e chamamento para muitos investidores que dos cinco continentes ali aportam em busca do rúbido produto.

Só os nomes daquelas quintas e de seus vinhos são uma inspiração, Soque, Bajancas, Selores, Titan, Ariso, Sequeira, Ramos Pinto, Dona Berta, Palato Coa, Moreno, Sossega, Coitada, Vale d’Aldeia…e tantas outras cujos nomes não consegui guardar.

A um mês e meio do evento, nenhum pormenor é deixado ao acaso e este contacto pessoalizado é excelente prática no cimentar personalizado dos comprometimentos futuros.

Lá estaremos, a 18 e 19 de Abril.

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