Passos Coelho tem, cada vez mais, comportamentos que o permitem catalogar como anedótico.
Então o Sr. que como Chefe de Governo não pagava Segurança Social, que com o regime de exclusividade de deputado não o exercia e ganhava por fora, que jurou que ia devolver a sobretaxa de IRS em 2015 e, liderando o XX Governo Constitucional (aquela coisa autista que durou menos de um mês), não cumpriu, diz que tinha vergonha de ser líder de um governo como o de Costa?
Passos tem todo o direito de ter vergonha do Governo de António Costa mas, com o seu histórico, ao dizer algo de tão dramático, cai, mais uma vez, no ridículo.
O discurso catastrofista do “não há alternativa” cruzado com os recentes dados económicos ou as recentes afirmações dos seus pares (ver Frasquilho ou Morgado), já o deveriam ter impelido a cumprir duas das últimas promessas que fez: demitir-se de líder do PSD quando se sentisse a mais e votar e apelar ao voto no PS, BE e PCP se o país crescesse devolvendo dinheiro às pessoas (e ainda uns feriados). Por esta ordem por razões óbvias.
Hoje, como ontem, a realidade teima em desmentir o Pedro. Ontem, como hoje, Passos Coelho desmente Passos Coelho.
Ao longo do tempo em que foi Primeiro-ministro foram várias as situações que indicavam que a realidade para ele era coisa diversa do que era para os restantes portugueses.
Não sei se terá sido a Alexandra Solnado que lhe confessou a vinda do diabo ou se o anterior PM está a preparar uma carreira no esoterismo mas a realidade teima em demonstrar que Passos sempre teve mais perfil para aparecer num qualquer programa da manhã televisivo do que para liderar o Governo de Portugal.
De que é que o PSD está à espera para descer à terra?