O futebol já não é apenas um desporto de massas. Também para passou a ser um desporto das massas.
Das massas, o futebol não se livra. O futebol é uma indústria, que aproveita a matéria-prima (jovens adolescentes) e a transforma em produto final (jogadores com jeito ou talentosos), que transacciona no mercado, a preços, algumas vezes, fabulosos.
Os jogadores passaram a ser activos dos clubes que são empresas cotadas na Bolsa. Não contam apenas as quotas dos sócios, mas as respectivas acções e accionistas.
O futebol movimenta rios de dinheiro, dizem até as más-línguas, mas eu com essa gentuça não me meto, que serve para a lavagem de algum.
Acontece, porém, que, se os árbitros, que hoje já são profissionais e ganham mais do que a maioria dos jogadores de clubes do meio da tabela classificativa, erram, nada lhes acontece, apesar de, com esses lapsos, poderem decidir campeonatos…e muito dinheiro.
A arbitragem vive num secretismo que já não se compreende. Sucede também que os presidentes têm um protagonismo que não se vê em mais nenhum país da Europa futebolística. E depois, a horda de adeptos, essa turba irracional, faz ameaças de morte, parte a montra das lojas que os árbitros têm, as paredes das sedes da FPF e da Liga de clubes são vandalizadas.
É, então, hora de o governo entrar em campo e pôr mão nesta malta que perdeu o juízo. E que deixe de ser complacente com estes energúmenos à solta.
Como? Não sei, não me pagam para isso. O que sei é que os governos são para governar e a tutela é para tutelar. E já sei muito…
(Foto DR)