Na Segunda-feira Portugal acordou facilmente exacerbado com um sismo 5.3 ML na escala de Richter. Com a mesma facilidade iremos adormecer após o tremor de terra. No dia logo se enviaram equipas de reportagem a entrevistar autarcas e outros decisores políticos. Ouviram-se responsáveis operacionais e cidadãos comuns. Todos queremos saber quem e como sentimos o abalo. No meio de uma panóplia infindável de perguntas e comentários, fica, normalmente, o questionar do modelo de desenvolvimento de Portugal.
Não deveríamos precisar deste sismo para sentir a necessidade de um pacto de regime (é assim que se diz?) para que houvesse um efectivo combate ao centralismo doentio. Centralismo que se vai acentuando cada vez mais, qual buraco negro cada vez mais potente, sugando população e investimento para as zonas sismicamente mais populosas e, curiosamente ou não, mais vulneráveis. Devia bastar-nos 1755 para demonstrar que canalizar o país para Lisboa e litoral centro e sul é uma opção que se pagará caro e que poderá deixar Portugal severamente paralisado.
Recentemente, na Madeira, foi um falatório porque o Presidente do Governo Regional estava de férias durante o incêndio (como se o Governo não fosse um corpo com várias pessoas e não houvesse um presidente em exercício). Agora imaginem um sismo em Lisboa com todos os governantes de “férias” forçadas e incapazes de decidir o que quer que seja. Lembrem-se do drama que foi a mudança (que acabou por não acontecer) do INFARMED para o Porto? Siga!