Aceito

Esta página utiliza cookies para melhorar o desempenho e a sua experiência como utilizador mais informação

O Super-Cotta

Quem vai acompanhando as notícias locais, na passada semana terá ficado surpreendido com o edital da Assembleia Municipal dando nota de que João Cotta, renunciou ao seu cargo nesse orgão institucional de Viseu.

  • 16:18 | Domingo, 16 de Setembro de 2018
  • Ler em 3 minutos

Quem vai acompanhando as notícias locais, na passada semana terá ficado surpreendido com o edital da Assembleia Municipal dando nota de que João Cotta, renunciou ao seu cargo nesse orgão institucional de Viseu.

Nestas ocasiões, por cortesia, fica sempre bem, ao autor dos textos, deixar umas palavras de apreço e estima relativa ao trabalho desenvolvido e, ao mesmo tempo desejando, a quem parte, que rapidamente volte ao activo para o bem comum.

Porém no caso de João Cotta, não há necessidade de aplicar o conceito pois, já todos percebemos que é mais irrequieto que um saltimbanco em época alta para as artes circenses. É uma figura que será recordada por estar sempre em movimento, qual tubarão de águas turvas, de cargo para cargo, de partido para partido, de amizade em amizade, nunca à mercê das marés, mas sempre ao sabor dos interesses do momento.


Por outro lado, parece-me um exagero desejar um rápido regresso a quem, ao fim de tantos anos, ainda não produziu trabalho visível em prol das comunidades ou instituições por onde tem passado. Para os mais desatentos, fica o resumo pouco exaustivo — pois não quero que o leitor perca largas horas neste texto — do percurso de João Cotta.

Estamos a falar do actual Presidente da AIRV (com diversos mandatos no bolso); Presidente do CERV; Ex-Presidente do Conselho Geral do IPV; Ex-Presidente da Viseu Marca; Confrade dos Enófilos do Dão; candidato derrotado à presidência da Mesa da Assembleia da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão-Lafões; reconhecido citador de Aquilino Ribeiro; autor de frases do calibre de “Viseu não é uma cidade moderna. É um arquipélago do desenvolvimento“; Putativo candidato do CDS que acabou nas listas do PSD apesar de garantir não ser homem de segundos lugares; Ex-sócio do mirtileiro virado secretário de Estado João Paulo Rebelo (reconhecido Boy do PS… muito jeito deram os seus serviços na Movijovem durante o desgoverno de José Sócrates) e do grupo Lena; actual proprietário do pasquim Jornal do Centro (jornal no qual não se escreve uma linha que não seja de louvor ao patrão)…

Em termos políticos, Cotta chega a Viseu, cheio de ambição e próximo ao CDS, procurando uma candidatura junto deste partido, não atingindo os seus objectivos corre em direcção às listas do PSD e consegue entrar. Neste quadro, a demissão de funções parece-me mais uma preparação para o próximo passo do que propriamente um sinal positivo devido a um entendimento pessoal da necessidade de renovação do quadro político local. Assim e tendo em conta a actual aproximação ao PS, via Jorge Coelho (que acolheu na AIRV em troca de uns comentários positivos na Quadratura do Círculo), aproximação também manifestada no recrutamento de Sofia Relvas (ex-vice da CM Nelas), torna-se credível que esteja em curso mais um salto ideológico/partidário de João Cotta, um homem de convicções fortes, como é verificável por este sintético resumo.

Cotta é defensor da importância de uma sociedade civil possante e participativa, de tal forma que em tempos áureos alcançou o facto inédito de conseguir que o Presidente da AIRV João Cotta se reunisse com o Presidente do CERV João Cotta para junto com o Presidente do Conselho Geral do IPV João Cotta tomarem posição conjunta e unânime sobre a defesa do IPV… tal é o melhor exemplo que João Cotta nos deixa dessa mesma importância.

Já para não falar dos longos anos em que o “Acumula-Cargos” esteve ligado à AIRV, que só abandonou por limite de mandatos, ou das imensas oportunidades de negócio com a Colômbia ou Roménia que aí promoveu a favor das PME viseenses, ou de nem 1/10 dos objectivos ter atingido (palavras suas em 2014) à frente daquela organização, à qual voltou agora não para defender os interesses dos associados, como já se imagina, mas sim como trampolim para outros voos, porventura, para candidato pelo PS à CMV.

Mais um candidato do “muito paleio, pouca obra” como tem sido a política dos últimos anos na Praça da República!

Não o reduzam à cota, não e depois… queixem-se!

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Opinião