O rebanho com o Cabrita

O retrato mais triste e ridículo desta soberba é a classificação que Costa dá a Cabrita, " temos um "excelente ministro". Logo o mais desajeitado, o menos capaz, o mais truculento, autor de um chorrilho de asneiras, coleccionador de patetices e assuntos por resolver, que deve o cargo à amizade sólida com o PM.

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  • 11:35 | Quinta-feira, 13 de Maio de 2021
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O que fez com que, aos poucos, devagar, devagarinho, me fosse afastando de uma esquerda bafienta, dinossáurica, cristalizada, esclerosada, sentada no pedestal da resistência, é a ideia que faz passar de ser a proprietária exclusiva das virtudes democráticas.

Não raro, falta-lhe o bom-senso e a humildade. Os intelectuais são todos de esquerda. Os exemplos democráticos são todos de esquerda. Toda a esquerda é boa e há uma direita má. A liberdade é de esquerda. O 25 de Abril é de esquerda. A esquerda tomou conta da data como uma empresa monopolista toma conta do mercado. Usar cravo vermelho é bom sinal, não o trazer é de desconfiar.

Francamente, já é tempo de se acabar com as virgens da esquerda e com as meretrizes da direita. De um lado, os bons, incensados, do outro, os maus, vilipendiados. É esta vertente egoísta, com que a esquerda se compraz, que desdiz os seus princípios e a enterra.

O mundo, desde a queda do Muro, deixou de ser a preto e branco. Faz mais de 30 anos, e não se aprende. As velhas esquerda e a direita acabaram. Estão em saldo, na Feira da Ladra.


O que nos distingue é a prioridade que damos, e a forma como tratamos, a preocupação social, os cuidados de saúde, as reformas, a precariedade do trabalho, as políticas de educação, o emprego, a ecologia, a inteligência artificial. A liberdade, a tolerância, a dignidade do ser humano.

Por tudo isto, é urgente mudar de protagonistas, dos que, tomando-se por legítimos herdeiros do 25 de Abril, são tão só seus usuários, se perpetuam no poder, apodrecendo com o tempo, de bengala e andarilho. Dos que ocupam tudo o que está vago, brindando a família com o que há de melhor, presenteando os amigos com o que é bom, exigindo, em troca, olhos cegos e uma fidelidade canina.

E eu a pensar que a democracia não tinha donos nem amos… É este espírito dominador, arrogante, presunçoso, que deu cabo dos ideais e fez desanimar muitos. Incontáveis.

 

 

O retrato mais triste e ridículo desta soberba é a classificação que Costa dá a Cabrita, ” temos um “excelente ministro”. Logo o mais desajeitado, o menos capaz, o mais truculento, autor de um chorrilho de asneiras, coleccionador de patetices e assuntos por resolver, que deve o cargo à amizade sólida com o PM. Por onde passou, nada fez nem faz. É o ministro tal e qual.

Da minha parte, estou de pouso, em terreno baldio.

 

(Fotos DR)

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Publicado em Opinião