O presente cinzento
Setenta e cinco anos depois da libertação do campo nazi de concentração e extermínio de Auschwitz, volta a pairar no ar um cheiro a mofo.
Setenta e cinco anos depois da libertação do campo nazi de concentração e extermínio de Auschwitz, volta a pairar no ar um cheiro a mofo. A miséria do século passado reaparece aqui e ali, agora às claras.” A revolução aconteceu e nós estávamos alapados a ver Netflix”, comenta o musonauta, Brian Eno. O desastre no Iowa Caucus do Partido Democrata dos USA, ou como falou o comentador resignado “we laugh because we cannot cry”. E o Brexit como vai terminar? E a Escócia? E as Irlandas seguem para a unificação? Em quantos anos vamos perceber isto? A China em estado viral de sítio. O caos normal da Venezuela. A Grande Nação Americana nas mãos de uma figura de reality show. A Arábia Saudita espia e ameaça o Jeff Bezos (dono do Washington Post), com a complacência da Casa Branca. Regressa, também, o Salazar e aquela visão da tasca mal cheirosa. Enfim, vivemos uma espécie de pesadelo acordado de torpor e alheamento global.
Por tudo isto, oito anos de Rua Direita fazem bem à pele. A sentirmo-nos vivos, mesmo quando não concordamos com algumas epidérmicas inimizades de estimação. As causas serão sempre muitas, mas o direito à liberdade é o contraponto ao mundo da estupidez total.