Dois vídeos postos a circular e chegados ao STF (Supremo Tribunal Federal) de duas reuniões de trabalho do governo brasileiro deixam-nos boquiabertos pelas declarações ali proferidas pelo presidente Messias Bolsonaro e por alguns dos ministros, seus acólitos.
Desde a sugestão de aproveitamento do foco mediático generalizado no Covid 19, para “abrandar e aligeirar” as normas vigentes no ministério da Agricultura e do Ambiente (vulgo, deixar a Amazónia a pleno saque das agro companhias enquanto o país está distraído), até propostas de prender os opositores, juízes do Supremo Tribunal Federal incluídos, por quererem o apuramento da Justiça, ou Prefeitos que não são da cor política do governo, até tratar da saúde ao “filho da p… do Moro”, passando por um desabrimento de taberna com expressões deste teor “Eu não vou esperar f…. a minha família toda…” , proferidas pelo próprio presidente, até à pérola populista que faria corar de inveja Marx e Lenine: “O Povo armado jamais será escravizado”, eventualmente para justificar a venda de armas e pagar o apoio eleitoral da indústria de armamento, ou meras tiradas deste tipo “Se perdermos as eleições todos vocês vão presos”, etc., etc., etc., mostram uma duríssima realidade e uma possível insânia generalizada, que ninguém esperaria ver ou encontrar num país considerado civilizado e democrático.
Este tipo de reacções, prova em derradeira instância, que vigora nesta autocracia um clima de medo, incerteza, histeria, derrotismo e de incapacidade de governação, agravada por um total descontrolo no combate à pandemia, que colocou o Brasil no top 10 mundial em número de vítimas mortais.
Aliás, não foi Bolsonaro que fez agora aprovar um decreto que impede os governantes de serem responsabilizados pelas consequências da pandemia, vulgo genocídio?
Premonição, talvez.